LIXO NAS RUAS
Apesar
do título, este texto não fala sobre limpeza urbana, ainda que ela seja um
problema político, mas sobre política. Sobre as campanhas políticas que sujam
as ruas com panfletos, faixas e placas com nomes de políticos que só vemos a
cada 4 anos quando a necessidade de votos faz eles saírem das suas tocas!
A
avenida Agamenon Magalhães, uma das principais do Recife, já começou a ser
ocupada por placas com nomes de políticos ao longo das margens do canal. Aliás,
as margens do podre e fétido canal, talvez seja o local mais apropriado para a
propaganda da suja política brasileira.
Se
a minha memória não está me traindo, há alguns anos atrás, durante a última
campanha para prefeito do Recife, a justiça obrigou os políticos a removerem as
placas amontoadas ao longo desta importante via. Contudo, a campanha recomeçou
e recomeçou a também a sujeira.
A
poluição provocada principalmente pelas placas em forma de cavaletes colocadas
nas vias públicas é principalmente visual. São centenas de placas e bandeiras
coloridas de um mesmo candidato colocadas em sequência ao longo de grandes
trechos numa sequência interminável que produz a memorização dos nomes dos
candidatos.
Além
da poluição visual, da sujeira provocada pela propaganda e o transtorno causado
por placas colocadas em cima das calçadas onde transitam pedestres, há ainda o
esbanjamento de dinheiro (público ou “doado” por empresas privadas) que gera
revolta nos eleitores. Só um retorno igualmente grande pode justificar tal
gasto astronômico!
Eu
não sei quanto aos demais eleitores, mas em mim toda essa propaganda política
milionária nas vias públicas exerce um efeito contrário: tenho nojo de tudo
isso e a ideia de votar nulo é reforçada em mim. Aliás, votar nulo ou em branco
é um direito de qualquer cidadão que não se sente representado pela classe
política do país.
As
propagandas políticas me causam repúdio, indignação, náuseas e outras coisas do
gênero. As caras inchadas e rubras desses sugadores das verbas públicas
causam-me horror e revolta e motivam-me a cada vez mais não ser “gado” em
nenhum curral eleitoral desses maus brasileiros que equivocadamente intitulam-se
políticos.
O
verdadeiro político é aquele que cuida da pólis (=cidade), é um servidor
público na mais plena e literal acepção da palavra, é alguém que age movido
pela preocupação com a coletividade, com a coisa pública (=república). Por favor
senhores políticos, não sujem a cidade. Já basta a sujeira escondida nos
bastidores. Poupem-nos da sujeira exposta nas ruas!
André Pessoa