NO OLHO DO FURACÃO
No
último Dia das Mães fiz o que a maioria dos filhos fazem nesse dia: fui visitar
a minha mãe e aproveitei para almoçar com ela. Quando eu já estava quase de
saída perguntei despretensiosamente se as coisas estavam tranqüilas no bairro e
ela me falou de um homem que havia incendiado a própria casa a algumas quadras
na mesma rua.
O
que dizem é que o homem incendiou a casa junto com o próprio automóvel que
estava na garagem e que com certa freqüência ele agredia a esposa. Já havia passado várias vezes em frente à
referida residência onde ocorreu o incidente, mas dessa vez olhei atento para o
interior da casa queimada.
Ainda
segundo fontes “extra-oficiais” o incendiário está agora preso amargando o
fruto dos seus atos impensados. Pensei então comigo ao vislumbrar as paredes
queimadas do imóvel: esse homem é só um minúsculo sintoma de um mal maior que
atinge o nosso país; estamos à beira do caos, no olho do furação.
O
nosso país atravessa uma grande crise em todos os sentidos possíveis e
imagináveis e isso se reflete no comportamento insano das pessoas. Talvez você
ache que estou sendo radical e alarmista, entretanto, os fatos estão ao meu
favor e basta dar uma olhadas nos noticiários ou uma volta na cidade para
constatar o que digo.
Como
posso acreditar que não estamos em meio a uma grande crise quando ônibus e mais
ônibus são queimados todos os dias em São Paulo, traficantes alvejam as UPPs
com tiros de fuzil no Rio, policiais corruptos matam civis desarmados, cidadãos
se assassinam no trânsito e a massa enfurecida lincha indistintamente culpados
e inocentes. Há um clima de loucura no ar!
Como
se tudo isso não bastasse, enquanto os políticos corruptos continuam
insaciavelmente e obstinadamente saqueando os cofres públicos, a lei da maior
idade penal aos 16 anos é freada por um discurso humanista e liberal que não
considera humanos os demais humanos que são massacrados pelos criminosos que
ingressam no crime cada vez mais cedo. Fim dos tempos, diriam os
escatologistas!
Ainda
no âmbito da política, parlamentares evangélicos, tal e qual uma música de uma
nota só,dizem em tom demagógico: “sim a família, não ao aborto e não ao
homosexualismo”; mas nada dizem acerca da pior arma usada contra as famílias
brasileiras: a corrupção que desvia recursos que deveriam ser empregados em
áreas essenciais. Pode por acaso um cego guiar outro cego?
O
que esperar de um país no qual a presidente, que não pode sequer colocar a
cabeça na janela para não ser vaiada, aumenta o benefício da bolsa família em
10% em uma óbvia demonstração de uso político da “máquina” do governo? Enquanto
isso, Lula diz que o mensalão nunca existiu, que ele é uma invenção conjunta do
imaginário popular e do STF que ele acusa de parcialidade.
A
sensação que eu tenho quando assisto ao noticiário da TV ou dirijo o meu carro
enquanto observo a paisagem urbana é que estamos beirando um estado de anarquia
do qual um conflito generalizado pode ser a próxima expressão. Às vezes fico
pensando o que poderia acontecer se as forças armadas não estivessem
sucateadas, se os tanques não estivessem tão enferrujados!
O
cenário que vejo por onde quer que eu ande é sempre o mesmo: uma luta
encarniçada por espaço, disputas violentas e a busca ensandecida de algo que
possa dar sentido a vida em uma nação que perdeu a razão de ser. Uma nuvem
negra paira sobre o céu do Brasil e uma copa superfaturada pode apressar o
temporal!
André
Pessoa
Professor, não se se o senhor já viu o vídeo em que um ex "agente" da KGB explica como ocorria a subversão dos países pela extinta URSS. Creio que estejamos vivendo o último estado da subversão, um estado de caos, em que a moral, o "bem e mal" cultural estão sendo contestados e desacreditados. Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=xgJD4YJ2TOc
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