A MORTE DOS POETAS TRÁGICOS
Houve um tempo
em que as pessoas respeitavam e, mesmo não se convertendo à mensagem religiosa,
escutavam atentas e temerosas às pregações desses “poetas trágicos” e
itinerantes que subiam nos ônibus com a Bíblia na mão e causavam medo aos
ouvintes ameaçando-os com o fogo do inferno. Hoje, porém, aquilo que era
trágico tornou-se cômico.
Foi-se
o tempo em que padres, pastores e missionários eram referências confiáveis para
as pessoas que nutriam certo respeito às coisas da religião. Aos poucos,
entretanto, a crença nas religiões tradicionais está se esgotando e a religião
se retirando da esfera pública e sendo confinada aos locais de culto. As cruzes
e as Bíblias se foram!
Junto
com o exílio das cruzes e das Bíblias, foram-se também os momentos de prece
antes das refeições e nos instantes que antecedem o recolhimento noturno. A
religião está sendo paulatinamente confinada que nem gado, aprisionada nos
templos ao invés de andar feliz e livre no meio da rua!
Os
pregadores apocalípticos que anunciavam o fim do mundo através de megafones ou
caixas de som amplificadas nas praças públicas começam a se tornar escassos e
já são coisas do passado. Por outro lado, a aversão às religiões históricas
torna-se um sentimento cada vez mais recorrente alimentado pelos escândalos
envolvendo a igreja.
Conceitos
como “céu” ou “inferno” nada significam para o homem contemporâneo que está com
os pés cada vez mais fincados na terra, no mundo, na materialidade, nos
shoppings, no consumo. Por exemplo, dizer a um jovem que ele deve “guardar-se”
para o casamento é algo incompreensível para uma geração que mergulhou de corpo
e alma no “mundo” e que respira sensualidade.
Falar
em “pecado”, “condenação eterna”, “vida eterna”, “santidade” e outros conceitos
e valores religiosos às pessoas de hoje é como tentar se comunicar com um árabe
falando em mandarim. Os conceitos e a linguagem cristã tradicionais não são
mais capazes de comunicar os preceitos religiosos nesse início de século XXI.
Para
o mundo contemporâneo, Deus tornou-se um ente distante, desvinculado do mundo e
hoje não passa de uma pálida idéia moral sem atrativos que algumas pessoas
ainda respeitam por causa das tradições que herdaram da família. Nesse sentido,
Deus é semelhante a um velho e decrépito ancião a quem se deve respeito por
causa da idade e não da relevância.
E
como começou tudo isso? Quando foi que a religião cristã começou a morrer?
Quando se iniciou essa tragédia? Que doença está produzindo o “óbito” dos
“poetas trágicos” (pregadores cristãos itinerantes)? A religião já nasceu com
dia marcado para morrer porque nasceu longe do mundo real!
Sem
dúvida o Deus dos “poetas trágicos” está morto e foram os próprios “poetas
trágicos” que o mataram. A igreja cristã e as outras religiões matam Deus toda
vez que o separam do mundo e dos homens. Acredite, Deus é mundano!
A
religião mata Deus quando o transforma em um ríspido juiz que se dirige aos
outros com o dedo em riste e voz de trovão condenando-o. Na verdade, a religião
não está morrendo; ela nunca esteve viva. A religião ao longo da história do
mundo foi apenas uma instituição social de caráter normativo que existiu e
existe com a finalidade de exercer controle social.
A religião
como a conhecemos é um conjunto de preceitos vazios que não passam de meras
regras moralistas que em nada aproximam o homem do sobrenatural, ou se o fazem,
criam uma relação apenas superficial. Ela nunca esteve viva, nunca respirou e
nem deixou ninguém respirar; exalou morte quando devia ter doado a vida.
Não
é a sensualidade, o secularismo, o relativismo, a mudança de papel da família ou
o materialismo que está sufocando a religião e matando o velho e severo Deus
dos crentes. A causa da morte do Deus dos crentes é exatamente o conteúdo da
mensagem dos “poetas trágicos” que estão matando Deus quando pensam propagá-lo.
André Pessoa
Eu imagino que em qualquer pesquisa ou levantamento de dados existem estatísticas. Até para se compor um bom texto, estruturado em dados relevantes. Primeiro que pregadores de rua existem, sim! É possível vê-los em qualquer cidade brasileira, mas é claro que não ficam no mesmo lugar, eles se deslocam para outras regiões, outras áreas que precisam receber, sedentas, a mensagem de fé e esperança. Não quero aqui defender X ou Y, mas só acho que seu texto não está consistente, e foi criado à base de filosofias vãs e vazias criadas a partir de leituras, que nada representam a realidade.É triste ver que tanta bobagem parte de um professor.
ResponderExcluirDa próxima vez, mostre dados e estatísticas que comprovem sua tese, caso contrário seus argumentos (se é que podemos chama-los assim) serão sempre contraditórios, vazios e inconsistentes.
Ótimo texto André! Infelizmente, ainda existem pessoas muito ignorantes. Não sabem elas que, além dos seus argumentos provirem de anos de esforços individuais, são também o conjunto de discussões feitas com seus alunos, e demuitas outras experiências. De fato, dados enriquecem um texto, mas, com argumentos tão bons quem liga para tais dados?
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