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sábado, 8 de dezembro de 2012


CRESCER NÃO É FÁCIL


               Entre as heranças malditas do ainda em andamento governo petista a mais nociva é a falsa ideia de que o Brasil está imune às crises econômicas mundiais. Depois que Lula comparou a crise norte-americana a uma "marolinha" que nada podia contra o nosso país ficamos com "síndrome de gente grande".
               A euforia decorrente da inclusão da economia brasileira entre as maiores do mundo que esteve diretamente ligada às crises dos EUA e da Europa fez os incautos confundirem crescimento econômico com aumento de consumo. Crescer, no entanto, como nos lembra o economista José Roberto Mendonça, não é fácil.
               Os pronunciamentos de Lula feitos durante o seu governo e também os de Dilma, sua mais célebre invenção, fizeram os entusiastas acreditarem em uma ascensão meteórica do nosso país que na verdade nunca existiu. Na história em geral e na economia em particular não existe mágica.
               Nenhuma grande nação do mundo se desenvolveu do dia para a noite como em um passe de mágica e sem investimento em áreas essenciais. Sempre desconfiei do tão alardeado "milagre brasileiro" que a meu ver nunca se expressou em mudança real da sociedade, mas apenas significou maior acesso ao crédito.
               Depois que o IBGE divulgou o pífio crescimento de 0,6% do PIB no terceiro semestre deste ano em comparação com o ano passado a "ficha parece enfim ter caído". Sobrou para o Mantega que com um semblante meio rubro quiz explicar o inexplicável e parece está na berlinda.
               Economia não é confissão positiva e nenhuma país crescerá apenas afirmando com os dentes cerrados que é capaz de crescer. O crescimento verdadeiro é um processo que exige não medidas paliativas em setores pontuais da economia, mas um conjunto de ações coordenadas em diversas áreas ao mesmo tempo.
               O tão alardeado crescimento do Brasil não passou de propaganda política populista que agora está sendo desmascarada pela crueza dos fatos. O ingênuo e desinformado povo brasileiro confundiu compra de veículo zero quilômetro e financiamento de casa própria em 30 anos com crescimento econômico.
               O Brasil só crescerá verdadeiramente quando atacar de forma incisiva problemas infraestruturais crônicos que assolam a nação. Em um país de dimensões continentais como o Brasil é imprescindível estradas em bom estado de conservação, uma menor concentração das indústrias e escolas de boa qualidade.
               Um verdadeiro crescimento de qualquer país não pode prescindir de investimento sério e renovação do sistema educacional. O que poderíamos esperar de uma nação na qual a curva de aprendizagem declina transformando o ensino fundamental em algo caótico e o analfabetismo funcional cresce rapidamente?
               Acrescente-se a esta lista interminável de problemas nacionais uma carga tributária insuportável que não é convertida em benefício para a sociedade e a baixa competitividade dos nossos produtos no mercado internacional. Resumindo: internamente o Estado é intransigente e externamente somos desprezíveis!
               Como se tudo o que foi dito até aqui não fosse o bastante, temos um problema a resolver que talvez seja o principal: a corrupção política. Aliás, é possível que todos os demais problemas sejam apenas uma variação do nosso ethos político que apodrecido compromete a governança.
               O país da falsa propaganda do crescimento econômico é o mesmo do mensalão, do Carlinhos cachoeira e da Rosemary, chefe de gabinete da presidência em São Paulo. A corrupção política no Brasil se assemelha a uma infecção generalizada que se não tivermos cuidado levará à nação a "óbito".
               É preciso dizer aos que governam o nosso país que "ninguém chega à fase adulta sem antes sair da infância e passar pela juventude". Não se promove um real crescimento reduzindo IPI, "baixando" conta de energia elétrica e negligenciando a educação. Crescer não é fácil.

                                                                                                                      André Pessoa
              
                  
              
                    

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