Não é preciso ser profeta para antever o futuro quando o assunto é a eleição
para prefeito no Recife. Um bom observador percebe que tudo já está definido e
que até o dia da votação só haverá pequenas e insignificantes variações na
opinião dos eleitores que em nada afetará o resultado final do pleito.
O que se decidirá agora é apenas o segundo lugar, se
Humberto ou Daniel, pois o prefeito será Geraldo Júlio ainda no primeiro turno.
O “apadrinhamento” de Eduardo Campos e o fato de ter uma carinha bonitinha e a
“máquina” na mão” determinaram antecipadamente a vitória de Geraldo.
Na verdade, a vitória não foi de Geraldo e sim de
Eduardo Campos que com o oportunismo
próprio das velhas raposas da política pernambucana soube aproveitar as
fraquezas do PT que "atirou no próprio pé" ao impedir João da Costa
de ser candidato à reeleição. Não foi Geraldo quem ganhou foi o PT que perdeu.
Resta saber agora se a "criatura" (Geraldo
Júlio) não vai se voltar contra o "criador" (Eduardo Campos) da mesma
forma que João da Costa (criatura) se insurgiu contra o seu criador (João
Paulo). A política no nosso estado continua a mesma de sempre: novas caras,
velhas artimanhas!
Até o dia da eleição as coisas tendem apenas a se
acomodar exatamente no ponto em que estão. Os candidatos já deram o que tinham
de dar e as propagandas políticas nada mais farão além de baixar o nível e
fazer acusações que a essa altura dos acontecimentos não mais surtirão o efeito
desejado.
Geraldo Júlio, a criatura transformada em criador pela
propaganda política ("foi Geraldo quem fez") agora é quase
unanimidade. Isso porque o eleitorado pernambucano, desprovido de qualquer
senso crítico, acostumou-se a levar em consideração apenas aquilo que pode ver
e apostar em políticos que tal e qual os faraós egípcios fazem grandes e
suntuosas obras públicas.
O PSB de Geraldo e Eduardo foi amplamente beneficiado
pela lambança do PT e por um fato paralelo que favoreceu o oportunismo de
Eduardo: a perda de popularidade do ex-mito e agora doente Luiz Inácio Lula da
Silva. A doença e o aperto de mão com Maluf selaram o destino de Lula e criaram
as condições adequadas para o lançamento do candidato biônico Geraldo Júlio.
Quanto a Mendonça Filho, vai colecionar mais uma
derrota vergonhosa e se a campanha durasse mais três semanas certamente ele
seria ultrapassado por Numeriano (que carece de números), Jair Pedro (que
precisa esquecer o discurso ideológico marxista) e Edna Costa (que...não faz
sentido). Já Esteves Jacinto, nem a intervenção divina o livrou das ações na
justiça!
E Daniel Coelho o ex-verde que virou tucano mudando de
partido, mas permanecendo como parte da fauna (tanto coelho como tucano são animais)
já chegou onde podia chegar. O discurso bem articulado, o bom “pedigree”, a
excelente produção, a camisa verde e o sorriso amarelo não foram
suficientes.
Enfim, tudo está como sempre esteve no cenário
político pernambucano: candidatos inventados pela mídia, eleitores alienados e
uma cidade que agoniza confusa em meio a um trânsito estressante compõem o
cenário político da nossa cidade. O Recife definitivamente não está de cara
nova!
André Pessoa
Na verdade o que a maioria do eleitorado acha é que eleição é uma corrida de cavalos, na qual a deve-se votar em quem está na frente. Infelizmente a maioria esmagadora da população ainda ver o fato de votar como uma obrigação e não como uma "arma" para mudar a realidade desse país. Preferem se acomodar e esperar o dia em que o "candidato honesto" chegue.
ResponderExcluir