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sábado, 29 de setembro de 2012


O RECIFE NÃO ESTÁ DE CARA NOVA

               Não é preciso ser profeta para antever o futuro quando o assunto é a eleição para prefeito no Recife. Um bom observador percebe que tudo já está definido e que até o dia da votação só haverá pequenas e insignificantes variações na opinião dos eleitores que em nada afetará o resultado final do pleito.
               O que se decidirá agora é apenas o segundo lugar, se Humberto ou Daniel, pois o prefeito será Geraldo Júlio ainda no primeiro turno. O “apadrinhamento” de Eduardo Campos e o fato de ter uma carinha bonitinha e a “máquina” na mão” determinaram antecipadamente a vitória de Geraldo.
               Na verdade, a vitória não foi de Geraldo e sim de Eduardo Campos que com o  oportunismo próprio das velhas raposas da política pernambucana soube aproveitar as fraquezas do PT que "atirou no próprio pé" ao impedir João da Costa de ser candidato à reeleição. Não foi Geraldo quem ganhou foi o PT que perdeu.  
               Resta saber agora se a "criatura" (Geraldo Júlio) não vai se voltar contra o "criador" (Eduardo Campos) da mesma forma que João da Costa (criatura) se insurgiu contra o seu criador (João Paulo). A política no nosso estado continua a mesma de sempre: novas caras, velhas artimanhas!
               Até o dia da eleição as coisas tendem apenas a se acomodar exatamente no ponto em que estão. Os candidatos já deram o que tinham de dar e as propagandas políticas nada mais farão além de baixar o nível e fazer acusações que a essa altura dos acontecimentos não mais surtirão o efeito desejado.
               Geraldo Júlio, a criatura transformada em criador pela propaganda política ("foi Geraldo quem fez") agora é quase unanimidade. Isso porque o eleitorado pernambucano, desprovido de qualquer senso crítico, acostumou-se a levar em consideração apenas aquilo que pode ver e apostar em políticos que tal e qual os faraós egípcios fazem grandes e suntuosas obras públicas.
               O PSB de Geraldo e Eduardo foi amplamente beneficiado pela lambança do PT e por um fato paralelo que favoreceu o oportunismo de Eduardo: a perda de popularidade do ex-mito e agora doente Luiz Inácio Lula da Silva. A doença e o aperto de mão com Maluf selaram o destino de Lula e criaram as condições adequadas para o lançamento do candidato biônico Geraldo Júlio.
               Quanto a Mendonça Filho, vai colecionar mais uma derrota vergonhosa e se a campanha durasse mais três semanas certamente ele seria ultrapassado por Numeriano (que carece de números), Jair Pedro (que precisa esquecer o discurso ideológico marxista) e Edna Costa (que...não faz sentido). Já Esteves Jacinto, nem a intervenção divina o livrou das ações na justiça!
               E Daniel Coelho o ex-verde que virou tucano mudando de partido, mas permanecendo como parte da fauna (tanto coelho como tucano são animais) já chegou onde podia chegar. O discurso bem articulado, o bom “pedigree”, a excelente produção, a camisa verde e o sorriso amarelo não foram suficientes. 
               Enfim, tudo está como sempre esteve no cenário político pernambucano: candidatos inventados pela mídia, eleitores alienados e uma cidade que agoniza confusa em meio a um trânsito estressante compõem o cenário político da nossa cidade. O Recife definitivamente não está de cara nova!
                                                                                                       André Pessoa

Um comentário:

  1. Na verdade o que a maioria do eleitorado acha é que eleição é uma corrida de cavalos, na qual a deve-se votar em quem está na frente. Infelizmente a maioria esmagadora da população ainda ver o fato de votar como uma obrigação e não como uma "arma" para mudar a realidade desse país. Preferem se acomodar e esperar o dia em que o "candidato honesto" chegue.

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