Mendonça
Filho é um candidato que definitivamente não agrada ao povo recifense que
parece não levar a sério as suas propostas políticas quando o assunto é
prefeitura do Recife. Embora ele não seja das raposas a pior, há algo nele, e
eu não sei bem o quê, que repugna o eleitorado.
Não
sei se é o seu jeito pueril e fleumático de ser e de falar ou se o “brilhantismo”
dos seus opositores ofusca as suas candidaturas e torna o seu discurso indigno
de atenção, mas há algo nele que repudia o eleitor. Nem mesmo quando inexistem candidatos
de peso ele é lembrado.
Mesmo
possuindo um ótimo currículo (inclusive com passagem em Harvard) e tendo
assumido o governo do estado em 2006 quando Jarbas concorreu ao senado, ele não
consegue alcançar o que parece mais almejar: a prefeitura. Nem mesmo os
mandatos de deputado estadual e federal abriram caminho para o cargo maior da
Veneza brasileira.
Talvez as
derrotas em campanhas anteriores tenham lhe tirado totalmente a possibilidade
de uma vitória no presente e no futuro. Embora existam casos de políticos
excelentes e brilhantes que tenham chegado ao poder depois de sucessivas
derrotas, para o ilustre candidato em questão talvez esse dia nunca chegue.
Além de todas
essas coisas, os seus apelos desesperados e alguns dos argumentos usados na
propaganda eleitoral apenas pioram a sua situação. Embora eu seja obrigado a
reconhecer que Mendonça Filho é um político preparado e com um currículo
invejável, o seu mais recente argumento não passa de uma falácia.
Na sua propaganda veiculada no horário
político eleitoral Mendonça Filho conclama os eleitores pernambucanos a não
votarem em candidatos “inexperientes”
e “não cometerem os mesmos erros do
passado”. Penso que o argumento de Mendonça tentou “matar dois coelhos com
uma única cajadada”: Geraldo Júlio e Daniel Coelho.
Entretanto, é
preciso dizer que a “experiência” não é a virtude que os eleitores recifenses
mais precisam nos políticos que pleiteiam a prefeitura, e sim a honestidade e o
respeito pela coisa pública. É por causa de políticos “experientes” (Sarney e
Cia, por exemplo) que a política em nosso país merece tão pouco crédito.
Permita-me uma
paráfrase caro Mendonça: “De políticos experientes o inferno está cheio”. O
Recife precisa de uma nova forma de conceber a política que certamente não será
encontrada nesses antigos “caciques” pernambucanos e nem nos seus pupilos que
não passam de “pau mandado”.
O Recife
também não precisa de sucessores consangüíneos que lançados na vida pública
pelos seus genitores pleiteiam os feudos políticos que já pertenceram aos seus
pais. Na maioria dos casos, trata-se de uma verdadeira maldição hereditária que
insiste em perpetuar na política pernambucana os métodos de políticos que
deveríamos esquecer.
O que o Recife
precisa talvez não esteja à disposição na próxima eleição; quem sabe nas
próximas décadas quando libertos da ignorância os eleitores antes persuadidos
pelos ardis dos meios de comunicação de massa fiquem imunes às antigas
mentiras. Mudança de paradigma político sim, “experiência” não!
André Pessoa
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