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sexta-feira, 21 de setembro de 2012


O ARGUMENTO DE MENDONÇA


                Mendonça Filho é um candidato que definitivamente não agrada ao povo recifense que parece não levar a sério as suas propostas políticas quando o assunto é prefeitura do Recife. Embora ele não seja das raposas a pior, há algo nele, e eu não sei bem o quê, que repugna o eleitorado.
                Não sei se é o seu jeito pueril e fleumático de ser e de falar ou se o “brilhantismo” dos seus opositores ofusca as suas candidaturas e torna o seu discurso indigno de atenção, mas há algo nele que repudia o eleitor. Nem mesmo quando inexistem candidatos de peso ele é lembrado. 
                Mesmo possuindo um ótimo currículo (inclusive com passagem em Harvard) e tendo assumido o governo do estado em 2006 quando Jarbas concorreu ao senado, ele não consegue alcançar o que parece mais almejar: a prefeitura. Nem mesmo os mandatos de deputado estadual e federal abriram caminho para o cargo maior da Veneza brasileira. 
Talvez as derrotas em campanhas anteriores tenham lhe tirado totalmente a possibilidade de uma vitória no presente e no futuro. Embora existam casos de políticos excelentes e brilhantes que tenham chegado ao poder depois de sucessivas derrotas, para o ilustre candidato em questão talvez esse dia nunca chegue.
Além de todas essas coisas, os seus apelos desesperados e alguns dos argumentos usados na propaganda eleitoral apenas pioram a sua situação. Embora eu seja obrigado a reconhecer que Mendonça Filho é um político preparado e com um currículo invejável, o seu mais recente argumento não passa de uma falácia.
 Na sua propaganda veiculada no horário político eleitoral Mendonça Filho conclama os eleitores pernambucanos a não votarem em candidatos “inexperientes” e “não cometerem os mesmos erros do passado”. Penso que o argumento de Mendonça tentou “matar dois coelhos com uma única cajadada”: Geraldo Júlio e Daniel Coelho.
Entretanto, é preciso dizer que a “experiência” não é a virtude que os eleitores recifenses mais precisam nos políticos que pleiteiam a prefeitura, e sim a honestidade e o respeito pela coisa pública. É por causa de políticos “experientes” (Sarney e Cia, por exemplo) que a política em nosso país merece tão pouco crédito.
Permita-me uma paráfrase caro Mendonça: “De políticos experientes o inferno está cheio”. O Recife precisa de uma nova forma de conceber a política que certamente não será encontrada nesses antigos “caciques” pernambucanos e nem nos seus pupilos que não passam de “pau mandado”.
O Recife também não precisa de sucessores consangüíneos que lançados na vida pública pelos seus genitores pleiteiam os feudos políticos que já pertenceram aos seus pais. Na maioria dos casos, trata-se de uma verdadeira maldição hereditária que insiste em perpetuar na política pernambucana os métodos de políticos que deveríamos esquecer.   
O que o Recife precisa talvez não esteja à disposição na próxima eleição; quem sabe nas próximas décadas quando libertos da ignorância os eleitores antes persuadidos pelos ardis dos meios de comunicação de massa fiquem imunes às antigas mentiras. Mudança de paradigma político sim, “experiência” não!
                                                                                           

                                                                                                    André Pessoa          
      
               

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