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sábado, 12 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA



BRUNA SURFISTINHA

Certa vez entrei em uma grande livraria do Recife e li um cartaz com o nome dos dez livros mais vendidos. Encabeçando a lista estava “O doce veneno do escorpião”, dá já consagrada pela opinião pública, Bruna surfistinha.
Pensei então comigo: embora eu tenha lido muitos livros, nunca havia li nada da “escritora” em questão. Por isso tomei o livro em minhas mãos, me acomodei em uma confortável poltrona e comecei a ler este grande “Best-seller”.
Eis aí uma coisa que um bibliófilo como eu gosta muito de fazer: ler os livros sem ter que pagar por eles. Ninguém é perfeito, nem mesmo eu!
A capa do livro era preta; um mau presságio talvez. O título era muito exótico, quem sabe um artifício de marketing ou uma metáfora de vulgar calibre. Respirei fundo e continuei.
Ao folhear aquela exuberante obra produzida pela Bruna surfistinha (uma mistura de Pipeline com Conselheiro Aguiar), percebi que se tratava de um “livro de memórias”. E que memórias!
Devo confessar que de algumas leituras só guardo umas poucas partes. Com “O doce veneno do escorpião” não foi diferente.
Lembro-me que parei a leitura e fechei o livro na parte em que a Bruna sufistinha conta uma aventura na qual um cliente pede para que ela coloque a mão “dentro dele”. Você entende?
Nessa hora me contorci na poltrona (é que costumo ler recriando as cenas), fechei o livro e fui embora. Nem a leitura de Nietzsche havia me causado tantas sensações e me “comovido” tanto.
Depois dessa experiência, conclui que estou preparado para a leitura dos textos mais metafísicos de Platão, mas não para as abordagens profundas da Bruna surfistinha.
De agora em diante, pensarei duas vezes antes de começar a ler um “Best-seller”. Quanto ao filme, pelo amor de Deus não me convide para o cinema. Sou um homem sensível.

André Pessoa

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