BARES E IGREJAS
Aos 25 anos de idade a minha vida tornou-se um caos. De repente me vi perdido e cheio de indagações para as quais não encontrava resposta. Dizimado por uma instabilidade nervosa e pelos muitos questionamentos, quase sucumbi.
Foi então que a religião me foi apresentada e eu me agarrei a ela com unhas e dentes. Na leitura da Bíblia e no culto cristão fui paulatinamente aquietando a minha mente hiperativa e o meu coração sempre ansioso.
Mas nada do que eu conquisto vem rapidamente e sem dor; pago sempre um alto preço por tudo. Por esse motivo, foram preciso mais de 10 anos até que eu começasse a entender algumas coisas e a dominar a minha ânsia natural.
O contato com o sobrenatural não resolveu todos os meus problemas como eu esperava (em alguns casos até fez piorá-los), mas trouxe-me algo novo: comecei a entender o sentido de minha existência.
Paradoxalmente, à medida que eu ia aprofundando o meu conhecimento acerca daquele que o cristianismo chama de Deus, fui me afastando mais e mais da religião propriamente dita. Os cristãos quase nunca seguem Cristo!
Passei a ter uma aversão pela religiosidade vazia, pelas trivialidades ditas espirituais e pelos sacerdotes, em geral, hipócritas e ignorantes. O templo já não me satisfazia.
Abandonei, então, todo tipo de ortodoxia religiosa e me inclinei para outras idéias menos “espirituais”. Embora não tenha me entregado inteiramente e sem reservas aos “prazeres da carne”, removi do meu caminho todos os dogmas, prescrições e doutrinas religiosas.
Já “do outro lado do muro”, em meio às noites e a bebida, conversei com muitas pessoas de todas as faixas etárias e de distintas formações acadêmicas que, entre um copo e outro, em um breve momento de sobriedade, voltavam sempre ao mesmo assunto: DEUS.
Percebi, então, que tanto os que freqüentam os bares como os que vão à igreja, estão buscando, ainda que de formas diferentes, a mesma coisa. Os bêbados sabem que ainda não encontraram o que procuram e os crentes pensam que já acharam o que buscam.
Desta forma, no bar ou na igreja, o homem continua perdido, procurando algo que não consegue achar. O bêbado levanta ébrio a sua voz e diz impropérios e o crente repete frases monótonas que com o tempo se mostrarão vazias.
Contudo, eu seria injusto se não reconhecesse a contribuição desses dois ambientes (o bar e a igreja) para a minha formação. Na verdade, penso que ambos são estradas diferentes que nos levam ao mesmo lugar; o nada.
Na igreja me ensinaram que beber é pecado, pois isso não agrada a Deus, e eu deveria evitar fazê-lo. No bar, não vi exatamente os pecados alardeados pelo cristianismo, mas os meus olhos viram a ilusão dos sentidos, a qual os homens se entregam, e o ridículo da embriaguez.
Hoje, depois de ter andado pelos cultos e pelos bares, rompi com a “ideologia” dos dois lugares. Não gosto dos templos (tem muito eco e o ar é viciado), mas também não me iludo com os bares. Seria eu um homem sem pátria?
Não me interessa mais a “santidade” moralista da igreja, mas também não me deixo iludir pelo entretenimento vazio que não passa de uma dissimulada fuga da realidade que encontro nos bares.
O que me completa não está nos altares e nem dentro das garrafas. Na verdade, aquilo que eu procurava achou-me primeiro. Viajou através de muitos e variados mundos e acertou-me em cheio bem no meio do coração. E eu me julgava invulnerável!
Aos 25 anos de idade a minha vida tornou-se um caos. De repente me vi perdido e cheio de indagações para as quais não encontrava resposta. Dizimado por uma instabilidade nervosa e pelos muitos questionamentos, quase sucumbi.
Foi então que a religião me foi apresentada e eu me agarrei a ela com unhas e dentes. Na leitura da Bíblia e no culto cristão fui paulatinamente aquietando a minha mente hiperativa e o meu coração sempre ansioso.
Mas nada do que eu conquisto vem rapidamente e sem dor; pago sempre um alto preço por tudo. Por esse motivo, foram preciso mais de 10 anos até que eu começasse a entender algumas coisas e a dominar a minha ânsia natural.
O contato com o sobrenatural não resolveu todos os meus problemas como eu esperava (em alguns casos até fez piorá-los), mas trouxe-me algo novo: comecei a entender o sentido de minha existência.
Paradoxalmente, à medida que eu ia aprofundando o meu conhecimento acerca daquele que o cristianismo chama de Deus, fui me afastando mais e mais da religião propriamente dita. Os cristãos quase nunca seguem Cristo!
Passei a ter uma aversão pela religiosidade vazia, pelas trivialidades ditas espirituais e pelos sacerdotes, em geral, hipócritas e ignorantes. O templo já não me satisfazia.
Abandonei, então, todo tipo de ortodoxia religiosa e me inclinei para outras idéias menos “espirituais”. Embora não tenha me entregado inteiramente e sem reservas aos “prazeres da carne”, removi do meu caminho todos os dogmas, prescrições e doutrinas religiosas.
Já “do outro lado do muro”, em meio às noites e a bebida, conversei com muitas pessoas de todas as faixas etárias e de distintas formações acadêmicas que, entre um copo e outro, em um breve momento de sobriedade, voltavam sempre ao mesmo assunto: DEUS.
Percebi, então, que tanto os que freqüentam os bares como os que vão à igreja, estão buscando, ainda que de formas diferentes, a mesma coisa. Os bêbados sabem que ainda não encontraram o que procuram e os crentes pensam que já acharam o que buscam.
Desta forma, no bar ou na igreja, o homem continua perdido, procurando algo que não consegue achar. O bêbado levanta ébrio a sua voz e diz impropérios e o crente repete frases monótonas que com o tempo se mostrarão vazias.
Contudo, eu seria injusto se não reconhecesse a contribuição desses dois ambientes (o bar e a igreja) para a minha formação. Na verdade, penso que ambos são estradas diferentes que nos levam ao mesmo lugar; o nada.
Na igreja me ensinaram que beber é pecado, pois isso não agrada a Deus, e eu deveria evitar fazê-lo. No bar, não vi exatamente os pecados alardeados pelo cristianismo, mas os meus olhos viram a ilusão dos sentidos, a qual os homens se entregam, e o ridículo da embriaguez.
Hoje, depois de ter andado pelos cultos e pelos bares, rompi com a “ideologia” dos dois lugares. Não gosto dos templos (tem muito eco e o ar é viciado), mas também não me iludo com os bares. Seria eu um homem sem pátria?
Não me interessa mais a “santidade” moralista da igreja, mas também não me deixo iludir pelo entretenimento vazio que não passa de uma dissimulada fuga da realidade que encontro nos bares.
O que me completa não está nos altares e nem dentro das garrafas. Na verdade, aquilo que eu procurava achou-me primeiro. Viajou através de muitos e variados mundos e acertou-me em cheio bem no meio do coração. E eu me julgava invulnerável!
André Pessoa
Faço minhas as palavras de C.S.Lewis "Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta terra podem satisfazer, a única explicação lógica é que eu fui feito para um outro mundo."
ResponderExcluirSó alcançarei minha completude em outro mundo ^^
O texto é interessante.
ResponderExcluirA única questão é: quem vai à igreja busca o Cristo oferecido pela igreja ou o Cristo que vive e que transcende a imperfeição humana? A completude que você diz não ter achado foi procurada onde? Na igreja imperfeita, de diferentes interpretações? Ou no Cristo perfeito?
"Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra" (CL 3:2) - pense em Cristo, e não nos que o seguem. Procure a perfeição e a completude nele, e não nos que dizem viver nele.
Não se prenda as pessoas que se dizem cristãs.Não julgue o cristianismo puro e simples pela reflexo imperfeito que você vê do mesmo através de pessoas imperfeitas. Cristo veio para os maus,para restaurar suas vidas e isso não significa que atingiram a perfeição,não nesse mundo.Mas é lamentável saber que muitos se instituam cristão,mas na verdade estão brincando com Deus e fazendo outros terem uma ideia deturpada do cristianismo.O cristianismo é perfeito,o cristão não, e como você mesmo disse "os cristãos quase nunca seguem a Cristo" (infelizmente isso é verdade,nas coisas mais sutis o cristão não segue a Cristo.) Mas por favor não faça disso um empecilho pra não se permitir sentir e viver o amor de Cristo que é real e bate a sua porta.
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