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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

EU NUNCA ACREDITEI



EU NUNCA ACREDITEI


Esta semana a “regenerada” Clara, da novela Passione, surpreendeu a todos e mostrou de novo as suas garras que estiveram temporariamente escondidas, mas que nunca deixaram de existir. O monstro, tal e qual um vulcão que volta a entrar em erupção, acordou de novo.
A garota bem comportada, serviçal e penitente voltou a ser o que sempre foi: uma serpente (é que ser bonzinho não tem graça nenhuma). Sibilando como uma naja, a terrível algoz do doce e terno Totó acordou do seu breve sono de menina boazinha.
A sua natureza perversa não se coadunava com o papel de garota regenerada que dá duro para ganhar a vida e suporta com resignação os insultos daqueles que lhe desejam humilhar. Clara sempre foi e sempre será um lobo em pele de cordeiro, um recipiente que contém uma essência maligna, prostituída e perversa.
Não adianta tirar um porco do lamaçal, dar-lhe um banho, levá-lo para casa e adorná-lo com jóias. Um porco deve ser tratado como porco porque sempre será porco e por mais limpo que esteja momentaneamente um dia voltará à lama!
Porcos foram feitos para a sujeira, nenhum outro ambiente os satisfaz. A limpeza deprime as almas impuras e a brancura lhes causa náuseas; um porco sempre desejará a lama podre e a fedentina. Porcos não comem caviar, apenas lavagem!
Engana-se quem supõe que as pessoas mudam; elas apenas trocam de roupa, modificam a embalagem, mas por dentro permanecem iguais. Os sujos não apenas se fizeram sujos, mas nasceram para se sujar.
Assim como Hitler nunca seria outra coisa senão Hitler, Clara jamais seria outra pessoa senão Clara. Claro que Clara jamais deixaria de ser Clara; que triste contradição chamar de Clara alguém em quem impera tão profundas trevas!
Às vezes, gente como Clara passa um tempo tirando onda de boa menina, pousando de boa garota, indo à igreja, fazendo filantropia ou se esforçando para ter uma conduta moralmente adequada. Um dia, porém, sem que ninguém espere, o porco volta a se revolver na lama e o seu segundo estado torna-se pior que o primeiro, bem pior que o primeiro!
André Pessoa

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