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domingo, 25 de abril de 2010

O INFERNO DENTRO DE UM FRASCO



O INFERNO GUARDADO EM FRASCOS



Da varanda olhei a rua. Tudo estava como sempre esteve: algumas pessoas passeando com os cães, outras passando apressadas e outras ainda conversando despreocupadamente junto aos postes.
O céu estava azul, monotonamente azul. Não havia nuvens, portanto, nada de figuras imaginárias flutuando na imensidão acima das nossas cabeças.
Num dia como este não nos dispomos a pensar; refiro-me a refletir. Pensar leva a algum lugar? É feliz quem pensa?
Lá vai mais uma vítima de assalto! Contemplo ainda da varanda, os seus olhos assustados e seu ar atônito. Foi-se embora mais um celular.
Coincidentemente, no mesmo instante, o celular toca, o meu e não o da pessoa assaltada. Você de novo? Penso comigo mesmo e resolvo não atender. O celular insiste, continua latindo.
Abro a boca e bocejo, caminho para o meu quarto (lugar das minhas descobertas, agonias e amores), tomo um livro em minhas mãos e leio dois parágrafos. Já é o suficiente.
Uma frase lida me chama à atenção: “O INFERNO GUARDADO EM FRASCOS”. Pensei na bizarrice de tal possibilidade e, não sei por que, lembrei de um amigo meu. Na verdade lembrei-me de todos os seres humanos.

André Pessoa

Um comentário:

  1. Pois é...
    E se tratando de humanos quanto menor a garrafinha mais expansivo o inferno.

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