Arquivo do blog

domingo, 9 de maio de 2010

UM NOVO MUNDO



UM NOVO MUNDO


Em toda parte aonde vou, em cada sentimento que experimento e em todas as coisas com as quais entro em contato percebo que o mundo está morrendo, chegando ao fim. Estamos vivendo os últimos dias de uma longa história.
Não estou me referindo a um apocalipse no estilo bíblico. Não me refiro a um evento escatológico com os céus se abrindo e os anjos tocando trombeta e anunciando a volta do Cristo diante de uma humanidade perplexa.
Não é isso, essa é outra história. Quando digo que o mundo está morrendo, refiro-me ao fim de um ciclo e ao início de outro. Estamos trocando as roupas que usamos durante muito tempo.
O mundo velho está sendo demolido, está desabando e ao cair soterrará toda uma geração. Não podemos fazer nada para impedir esta catástrofe necessária. A história é como um rolo compressor esmagando tudo o que encontra pelo caminho (não adianta chorar).
Em todas as coisas, eventos e lugares a um clamor, uma convocação, um chamado para uma nova realidade. O espírito que estrutura o mundo está em movimento, começou a se mover e quer nos avisar que se pôs a caminho.
A decadência de antigas instituições como a igreja, o casamento e a moral cristã são indícios do movimento do mundo. Algo novo está sendo processado e construído nos bastidores do planeta.
A euforia das pessoas nos estádios de futebol, a busca desenfreada pelo prazer e o aumento do consumo de drogas e álcool são apenas sintomas de algo maior que a multidão ainda não vê. A multidão sempre foi cega!
O mundo procura o entretenimento a todo custo, o prazer desmedido e o consumo sem limites porque está moribundo. Ele se comporta como um paciente terminal que quer satisfazer os seus últimos desejos antes de morrer. Age como um homem desenganado pelos médicos que fuma o último cigarro.
O homem e a própria natureza serão os protagonistas das mudanças em processo. Primeiro o antigo será destruído e só depois o novo será construído lentamente.
A natureza será impiedosa. Nenhum lugar ou país do mundo será poupado, estará a salvo dos efeitos da sua ação devastadora. Milhões de pessoas morrerão em todos os lugares; nenhuma prece será ouvida (o tempo de orar já se foi; Deus ficou surdo).
Dos escombros do que restou do velho mundo surgirá algo novo, estranhamente novo. Uma nova forma de ver o homem e a existência nascerá como uma planta em todas as partes do mundo.
Surgirá uma tecnologia espiritual, um Deus Hightech que não habita em templos e nem é sinônimo de amor. O mundo do futuro prescindirá do amor, este não lhe fará falta.
Um espírito tecnológico penetrará todas as coisas e o próprio homem mudará, tornar-se-á uma máquina programada para ser eficiente e ter controle total de si mesmo. Esse será o mundo dos fortes, das mentes privilegiadas, do homem Techno-divino, do homem sem coração.

André Pessoa

Um comentário:

  1. Professor, na minha opinião esse novo mundo do futuro já chegou, porém ele co-existe com o mundo que ainda preserva o homem-humano, com coração e tudo de bom e ruim que sua natureza agrega. Teu texto me fez refetir sobre o convívio nem sempre harmonioso das temporalidades distintas que o tal "futuro" instaurou. Homens techno-divinos e seres divinamente humanos vendo e vivendo apocalipses diários...sucumbindo a eles ou não. Justamente nesse futuro complexo de mundos, quando as instituições mais sólidas começam a ruir... é que precisamos mais de valores, princípios, ideais- coisas do passado que podem nos mostrar quem somos, de que somos feitos afinal, de onde viemos? Só assim podemos saber onde queremos ir, só assim saberemos chegar antes que o mundo acabe. Obrigada por me trazer essas reflexões, que me lembram outra professora minha que dizia: "quem não sabe o que quer, vai à reboque". Zeca Pagodinho que me desculpe, mas nesse sentido não vou deixar a vida me levar não, sou mais adepta da filosofia de Gonzaguinha: somos nós que fazemos a vida!
    Um abraço da sua aluna à distância...

    ResponderExcluir