TERREMOTO
Ontem o Haiti, país da América Central que já está mergulhado na miséria e na violência, sofreu um grande terremoto que matou milhares de pessoas.
Ao que tudo indica nada está tão ruim que não possa piorar. O Haiti, curiosamente um dos primeiros lugares onde Colombo colocou os pés durante a descoberta da América, há muito sofre os efeitos de vários males.
Além da miséria absoluta e dos problemas políticos, o país é conhecido como a capital mundial da magia negra. No Haiti os cadáveres são roubados dos cemitérios para serem usados em rituais.
O Haiti, no que respeita a sua localização, fica exatamente entre a placa sul-americana e norte-americana, numa zona de expansão tectônica, o que o tornou vulnerável á catástrofe.
Para nós, acostumados apenas com os terremotos na Ásia e, em especial no cinturão de fogo do pacífico, tais tragédias em locais tão próximos são fatos inusitados.
Nesse momento, porém, todos estão fazendo a mesma pergunta: É possível um terremoto de grandes proporções atingir o Brasil?
Pequenos tremores como os que foram sentidos aqui no Recife como conseqüência dos abalos no Rio Grande do Norte anteontem e filmes como o estonteante 2012 aguçam ainda mais a nossa imaginação.
Tenho a impressão, ao conversar com algumas pessoas, que uma boa parte delas vive na expectativa de uma grande catástrofe no Brasil e especialmente no Recife. O olhar desconfiado e inseguro das pessoas indica isso.
Cresci ouvindo no colégio e lendo nos livros que o Brasil está livre de terremotos por se localizar exatamente no meio da placa sul-americana.
Hoje em dia, no entanto, ninguém parece ter mais certeza disto. As convicções se foram e com elas a nossa falsa segurança.
Embora os terremotos não tenham relação direta com a destruição da natureza e sim com o movimento das placas tectônicas, a verdade é que a forma como estamos ferindo o planeta, tornou a natureza imprevisível. A mãe natureza está perturbada, o clima esquisito e os homens obstinados em explorar o planeta predatoriamente.
Terremotos, desde o início do mundo sempre existiram e continuarão existindo. O problema é onde e quando voltarão a acontecer.
Penso que nas próximas décadas a terra, ferida e acuada como uma fera, reagirá violentamente atingindo os homens.
As catástrofes múltiplas e a morte de milhares de pessoas servirão para “amansar” o homem preparando-o para o futuro.
A face do mundo mudará e muitas vidas se perderão. Contudo, é bom lembrar que o nosso velho mundo é como a fênix da mitologia egípcia: sempre renasce das próprias cinzas.
André Pessoa
Ontem o Haiti, país da América Central que já está mergulhado na miséria e na violência, sofreu um grande terremoto que matou milhares de pessoas.
Ao que tudo indica nada está tão ruim que não possa piorar. O Haiti, curiosamente um dos primeiros lugares onde Colombo colocou os pés durante a descoberta da América, há muito sofre os efeitos de vários males.
Além da miséria absoluta e dos problemas políticos, o país é conhecido como a capital mundial da magia negra. No Haiti os cadáveres são roubados dos cemitérios para serem usados em rituais.
O Haiti, no que respeita a sua localização, fica exatamente entre a placa sul-americana e norte-americana, numa zona de expansão tectônica, o que o tornou vulnerável á catástrofe.
Para nós, acostumados apenas com os terremotos na Ásia e, em especial no cinturão de fogo do pacífico, tais tragédias em locais tão próximos são fatos inusitados.
Nesse momento, porém, todos estão fazendo a mesma pergunta: É possível um terremoto de grandes proporções atingir o Brasil?
Pequenos tremores como os que foram sentidos aqui no Recife como conseqüência dos abalos no Rio Grande do Norte anteontem e filmes como o estonteante 2012 aguçam ainda mais a nossa imaginação.
Tenho a impressão, ao conversar com algumas pessoas, que uma boa parte delas vive na expectativa de uma grande catástrofe no Brasil e especialmente no Recife. O olhar desconfiado e inseguro das pessoas indica isso.
Cresci ouvindo no colégio e lendo nos livros que o Brasil está livre de terremotos por se localizar exatamente no meio da placa sul-americana.
Hoje em dia, no entanto, ninguém parece ter mais certeza disto. As convicções se foram e com elas a nossa falsa segurança.
Embora os terremotos não tenham relação direta com a destruição da natureza e sim com o movimento das placas tectônicas, a verdade é que a forma como estamos ferindo o planeta, tornou a natureza imprevisível. A mãe natureza está perturbada, o clima esquisito e os homens obstinados em explorar o planeta predatoriamente.
Terremotos, desde o início do mundo sempre existiram e continuarão existindo. O problema é onde e quando voltarão a acontecer.
Penso que nas próximas décadas a terra, ferida e acuada como uma fera, reagirá violentamente atingindo os homens.
As catástrofes múltiplas e a morte de milhares de pessoas servirão para “amansar” o homem preparando-o para o futuro.
A face do mundo mudará e muitas vidas se perderão. Contudo, é bom lembrar que o nosso velho mundo é como a fênix da mitologia egípcia: sempre renasce das próprias cinzas.
André Pessoa
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