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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O QUE É O NATAL?



O QUE É O NATAL?



Natal significa literalmente nascimento. Por isso chamamos de taxa de natalidade o quociente entre o número de nascidos vivos em um ano civil e a população total no meio do ano civil .
Na Roma Antiga, o nascimento do herdeiro do trono imperial era anunciado por arautos que percorriam as províncias fazendo o povo saber que não ficariam sem rei, essa notícia era conhecida como evangelho, isto é, boas novas (boas notícias).
O cristianismo transpôs essa prática romana para o mundo religioso adaptando-a ao nascimento de Jesus Cristo. São os anjos que comunicam a meia dúzia de pastores as boas novas acerca da encarnação do messias.
É interessante perceber que a notícia do nascimento de Jesus foi dada primeiro a humildes pastores que apascentavam os seus rebanhos durante a madrugada e que eram tidos como gente impura e de baixo calão.
Jesus Cristo nasceu sob Otávio Augusto, primeiro imperador romano e morreu sob Tibério. É bom lembrar que Augusto (divino) é um título e não um sobrenome; isso significa que enquanto Deus quis fazer-se fazer homem em Jesus, um homem (Otávio) quis fazer-se Deus na figura do imperador.
É paradoxal a história do nascimento do filho de Deus, pois sendo ele herdeiro do universo nasceu numa estribaria entre os animais do campo porque a sua mãe, considerada impura por estar grávida, não achou lugar nas hospedarias.
Para entender o verdadeiro sentido do natal é necessário compreender a grande metáfora que é o nascimento do Cristo. Aqui não interessa conjecturas acerca do nascimento ou não de Jesus em Belém ou coisas do gênero.
A história do nascimento de Jesus Cristo é a mais paradoxal possível. Ela é como um espelho no qual nos vemos como realmente somos: egoístas, partidários de Otávio que se fez deus e inimigos da simplicidade do nazareno que nasceu humildemente.
O natal nos leva a um exame de consciência, nos mostra quem somos; por isso o dissimulamos com panetone, luzes coloridas, árvore de natal e Papai Noel. Não que tudo isso não seja belíssimo, entretanto é preciso admitir que todas estas coisas são insuficientes para captar o verdadeiro sentido do natal.
Humanamente falando, o sentido do natal não é estético, é espiritual. O verdadeiro natal, na verdade, é feio e triste, porquanto trata da história de um casal rejeitado numa hospedaria que vê o seu filho, igualmente rejeitado, nascer em uma manjedoura, um cocho para alimentar animais.
Por outro lado, o natal representa o maior de todos os acontecimentos que o mundo já presenciou, ou melhor, deixou de presenciar. Trata-se da entrada triunfante do filho de Deus na esfera humana e isso por si só já despensa qualquer pompa e cerimônia.

André Pessoa


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