Arquivo do blog

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O COLAPSO GRAVITACIONAL



O COLAPSO GRAVITACIONAL


“Virá, entretanto, como ladrão, O Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão”.
Estas palavras assustadoras estão contidas na Bíblia e retratam aquilo que o cristianismo chama de juízo final com a sua conseqüente catástrofe universal. O autor das palavras acima é o apóstolo Pedro, pescador humilde que pelo visto também entendia de astronomia.
Os “elementos se desfazendo abrasados” citados na Bíblia se parecem bastante com aquilo que Freeman Dyson, físico e matemático inglês, chamou de festival pirotécnico no espaço, referindo-se a um futuro colapso gravitacional que atingiria o universo dentro de alguns bilhões de anos.
A imagem dos “céus incendiados” pintada pelo rude seguidor do nazareno é fantástica, digna de uma profecia maia transformada em sucesso de bilheteria em Hollywood. A cena descrita pelo santo pescador é espetacular e ao mesmo tempo chocante.
Imagine tudo o que há “lá em cima” se precipitando ruidosamente como fogos de artifício num espetáculo pirotécnico de dimensões impensáveis. Seria um fim estonteante que não deixaria saída alguma aos minúsculos habitantes do planetazinho superaquecido chamado Terra.
Entretanto, algumas perguntas insistem em não calar: O mundo vai realmente acabar? O universo sofrerá um grande e definitivo cataclismo que o transformará e extinguirá a raça humana?
Freeman Dyson explica porque o universo permanece relativamente estável há 10 bilhões de anos. Ele diz que os “retardos” é que fazem o universo manter a sua energia e adiar a morte final e certa.
Este cientista chama de “retardos” aos obstáculos que surgem no universo e que detém os processos normais de degradação de energia. O mesmo cientista enumera uma lista destes retardos em um dos seus livros.
Dyson afirma que o tamanho imenso do universo é um desses fatores que retardam a degradação de sua energia e o seu conseqüente fim. Os astros, explica ele, só conseguem manterem-se nos seus lugares por causa da imensidão dos céus e da pequena densidade deles em relação aquele.
O mesmo acontece com os elementos como oxigênio, hidrogênio e outros que conseguem permanecer suspensos na atmosfera por causa da baixa densidade destes e do grande tamanho daquela. Em outras palavras, nunca reclame do tamanho do universo amigão, pois é ele que garante a sobrevivência do nosso planeta!
Freeman Dyson explica que é a energia gravitacional que mantém o universo no lugar. Ela é responsável pelo movimento dos corpos celestes e é este que nos impede de despencar dos céus, Deus sabe pra onde.
O cientista inglês diz também que o combustível do universo é o hidrogênio que vai sendo queimado lentamente ao longo de bilhões de anos. É exatamente essa queima lenta que nos mantém pendurados no espaço sideral.
Quando todo o hidrogênio de um corpo celeste é queimado sucedem-se explosões e colapsos gravitacionais. Que o Santo Deus queime hidrogênio por toda a eternidade!
Ficou com medo? Não gosta de falar em fim de mundo? Fique tranqüilo, de acordo com os cálculos de Dyson o colapso gravitacional ainda vai demorar um bocado para acontecer e nem você nem eu estaremos vivos até lá. Temos que ter cuidado com os assaltantes nos sinais, esses sim metem medo, mas com o fim do mundo...
Até que venha o grande colapso universal, as viagens espaciais já terão se tornado banais e o ser humano estará fincado em outra parte do cosmos poluindo galáxias e subornando extraterrestres.
No mais, aconselho você a ir até a varanda, olhar para o céu e admirá-lo contemplativamente. Mas nunca aponte o dedo para uma estrela, pois, como dizia minha avó: nasce verruga.

André Pessoa

Nenhum comentário:

Postar um comentário