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sábado, 21 de novembro de 2009

LUA NOVA



LUA NOVA



Quem vai ao cinema assistir Lua Nova deve estar consciente de que irá ver apenas mais um capítulo de uma longa e inteligente trama romântica e não um filme como os outros com começo, meio e fim.
O filme Lua Nova não termina, ele apenas vai se esvaindo como faz o próprio satélite da terra no céu em suas mudanças de fase.
Quanto aos dois protagonistas, mais uma vez o tom melancólico e meio depressivo de Edward Cullen e a complexidade ingênua de Bella conquistaram o coração do público.
Aliás, é exatamente isso que faz os livros de Sthefenie Meyer especiais, ela conseguiu captar o sentimento triste e nostálgico que tão bem identifica o mundo contemporâneo.
No que diz respeito à Bella, mais uma vez a confusão dela se fez notar, mas, ao contrário daquilo que se poderia pensar, é exatamente a sua humanidade singular, expressa nas suas dúvidas, que cativa lobos e vampiros e faz dela uma espécie de antídoto contra o mal.
Bella deseja ingenuamente tornar-se uma vampira, mas aqueles que conhecem este ofício, como Edward, por exemplo, sabem que abraçar as trevas e os poderes dela decorrentes é sinônimo de perder a alma eternamente. Ninguém escolhe as trevas, as trevas é que escolhem as pessoas.
O vampiro é um ser extraordinário e triste ao mesmo tempo. Não pediu para ser vampiro, foi feito vampiro e por isso prova uma tristeza nostálgica que se mescla com uma capacidade de sedução que atraí os mortais comuns para si.
Ainda que deseje ardentemente se transformar em vampiro para estar eternamente ligada ao seu grande amor, Bella ainda não está preparada para isso. Só o tempo irá prepará-la.
Não que Edward não queira a jovem e tímida Bella ao seu lado, mas é que ela ainda não entendeu o significado da situação na qual está envolvida.
Compreender o sentido mais profundo das coisas às vezes leva tempo. Sobretudo, quando estamos lidando com o sobrenatural, com a alma, com a eternidade que insiste em invadir o mundo dos homens comuns através de uma estonteante e avassaladora paixão.
A novidade do filme é que dessa vez Edward tem um adversário à altura para lutar com ele pelo coração de Bella. Trata-se de Jacob, o garoto bonachão, temperamental e selvagem que faz charme com o seu corpo malhado.
Quanto a Edward, atraí a garota amada de outro jeito, isto é, fazendo charme intelectual, inclusive citando Shaekespeare fluentemente. Jacob é o corpo, os sentidos, Edward é a alma, a intuição, a razão, ainda que apaixonada.
O amor de Edwrd e Bella foi escrito pelo destino. Nada poderia separá-los, por isso Bella, num lance de muita sinceridade, diz para que Jacob não peça para ela escolher entre ele e Edward, pois ela sempre amou Edward Cullen, desde o princípio.
O amor de Edward e Bella é tão comovente porque é transcendental. Vai além das convenções de tempo e espaço.
Além disso, o romance dos dois é favorecido pelos lances do acaso, como se uma mão invisível os guiasse ao encontro um do outro, independente do que aconteça ao redor de ambos.
Cada coisa, pessoa ou situação conspiram de alguma forma para que os dois possam ficar juntos. Por esse motivo o telefone toca impedindo Bella de beijar Jacob e macular o romance que o mundo sobrenatural resolveu promover na esfera dos seres humanos.
Não é sem motivo que o telefonema que impede Bella e Jacob de se beijarem é de Edward. Isso significa que ele (Edward) guia os passos dela, até mesmo inconscientemente, muito embora o contrário também seja verdade, pois tudo que ele faz é resultado do amor que ela desperta nele.
Poderíamos dizer que o amor dos dois é uma espécie de cadeia, de prisão da qual não podem fugir. Ficar juntos para eles é mais do que estar próximos, é ter as próprias almas fundidas num abraço que começa agora e continua na eternidade.
Enfim, Edward e Bella não são do mesmo mundo nem da mesma natureza, mas o destino os quis unir e por isso quanto mais tentam se afastar mais são levados ao encontro um do outro, assim como o rio sempre corre para o mar.

André Pessoa

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