SOBRE HOMENS E ANIMAIS
Meu cachorro, Bethoven, de quem já falei em outro texto, fica a maior parte do tempo preso a uma corrente. A sua “folha corrida” justifica a dura reclusão e o regime penitenciário ao qual está submetido.
Mas, às vezes, não tolero vê-lo acorrentado por muito tempo. Resolvo soltá-lo, independente do dano que vai causar e dos objetos que vai destruir. Talvez eu precise mesmo me desfazer de um monte de coisas que não servem pra nada dentro de casa.
Então, tomo a iniciativa de soltá-lo, tirar a coleira e deixá-lo livre. Gostaria, na verdade, de permitir que ele descesse e fosse dá uma volta na rua, arranjar uma namoradinha, mesmo que fosse uma vira-lata.
Penso melhor e prefiro soltá-lo apenas dentro de casa, no interior do apartamento. É que meu cachorro é muito dado. Ele não pode ver um estranho que começa logo a balançar o “cotôco” de rabo que ainda lhe resta se convidando para um passeio ao lado do desconhecido.
As pessoas, quero dizer, os cães, deveriam ter mais liberdade! Cheguei a essa conclusão estudando as minhas próprias necessidades, atitudes e comportamento. Quer entender os animais? Olhe para si mesmo.
Você se acha melhor do que eles? Pois bem, Charles Darwin, pondo abaixo um antigo mito, afirmou que a diferença entre os seres humanos e outros animais ditos irracionais era apenas a quantidade de razão utilizada e não a qualidade.
Não se engane, não somos muito diferentes dos cães, nem mesmo no aspecto exterior. Você já percebeu que algumas garotas muito franzinas e sensíveis se parecem com poodles?
Já os chefes mal-humorados se parecem com filas brasileiros ou bulldogs concorda?
E o que dizer dos rapazes malhados, tatuados e brigões? Não se parecem com pitbulls? Será que o fato de serem chamados de PitBoys é só mera coincidência. Penso que não.
Observe agora o homem educado, inteligente e de gestos polidos, veja como ele se parece com um husky siberiano ou com um collie .
Agora olhe por um instante os malandros desinteressados que andam perambulando pelas ruas a altas horas da madrugada, não se parecem com vira-latas?
Pois bem, resolvi soltar um pouco Bethoven. Ele correu freneticamente de um lado para o outro, pulou em cima de mim, mordeu as minhas sandálias, latiu bastante, mas depois se calou.
Os animais precisam de liberdade, não podem viver encarcerados, acorrentados, estressados dentro de apartamentos. Eles não são loucos como os seres humanos para acharem esse tipo de vida normal.
Penso que o maior mal que os homens podem fazer a um animal não é matá-lo ou extingui-lo fazendo-o desaparecer da natureza. A pior perversidade que um ser humano faz a um animal é domesticá-lo.
No momento em que o homem domesticou o primeiro animal, provavelmente para utilizá-lo como força motriz para puxar um arado ou para se alimentar dele após engordá-lo, submeteu-o ao pior dos flagelos: viver entre as pessoas, se tornar igual a elas.
Você percebe que os animais domésticos tem as mesmas manias e comportamentos neuróticos dos seus donos? Não é a toa que já existe até psicólogo para cães.
Aliás, não sei por que essa distinção “psicólogo para cães”, já que os problemas são os mesmos: falta de liberdade, stress, rotina e etc. O tempo e a convivência transforma homens e animais numa coisa só fazendo desaparecer todas as fronteiras.
Contudo, não fique triste, não pense em deixar seu cãozinho ir embora ou soltar o papagaio. Mas, faça-lhe um favor: deixe-o mais livre e não lhes transmita as suas neuroses, ou você gostaria de ver seu bichinho de estimação tomando lexotan?
André Pessoa
Meu cachorro, Bethoven, de quem já falei em outro texto, fica a maior parte do tempo preso a uma corrente. A sua “folha corrida” justifica a dura reclusão e o regime penitenciário ao qual está submetido.
Mas, às vezes, não tolero vê-lo acorrentado por muito tempo. Resolvo soltá-lo, independente do dano que vai causar e dos objetos que vai destruir. Talvez eu precise mesmo me desfazer de um monte de coisas que não servem pra nada dentro de casa.
Então, tomo a iniciativa de soltá-lo, tirar a coleira e deixá-lo livre. Gostaria, na verdade, de permitir que ele descesse e fosse dá uma volta na rua, arranjar uma namoradinha, mesmo que fosse uma vira-lata.
Penso melhor e prefiro soltá-lo apenas dentro de casa, no interior do apartamento. É que meu cachorro é muito dado. Ele não pode ver um estranho que começa logo a balançar o “cotôco” de rabo que ainda lhe resta se convidando para um passeio ao lado do desconhecido.
As pessoas, quero dizer, os cães, deveriam ter mais liberdade! Cheguei a essa conclusão estudando as minhas próprias necessidades, atitudes e comportamento. Quer entender os animais? Olhe para si mesmo.
Você se acha melhor do que eles? Pois bem, Charles Darwin, pondo abaixo um antigo mito, afirmou que a diferença entre os seres humanos e outros animais ditos irracionais era apenas a quantidade de razão utilizada e não a qualidade.
Não se engane, não somos muito diferentes dos cães, nem mesmo no aspecto exterior. Você já percebeu que algumas garotas muito franzinas e sensíveis se parecem com poodles?
Já os chefes mal-humorados se parecem com filas brasileiros ou bulldogs concorda?
E o que dizer dos rapazes malhados, tatuados e brigões? Não se parecem com pitbulls? Será que o fato de serem chamados de PitBoys é só mera coincidência. Penso que não.
Observe agora o homem educado, inteligente e de gestos polidos, veja como ele se parece com um husky siberiano ou com um collie .
Agora olhe por um instante os malandros desinteressados que andam perambulando pelas ruas a altas horas da madrugada, não se parecem com vira-latas?
Pois bem, resolvi soltar um pouco Bethoven. Ele correu freneticamente de um lado para o outro, pulou em cima de mim, mordeu as minhas sandálias, latiu bastante, mas depois se calou.
Os animais precisam de liberdade, não podem viver encarcerados, acorrentados, estressados dentro de apartamentos. Eles não são loucos como os seres humanos para acharem esse tipo de vida normal.
Penso que o maior mal que os homens podem fazer a um animal não é matá-lo ou extingui-lo fazendo-o desaparecer da natureza. A pior perversidade que um ser humano faz a um animal é domesticá-lo.
No momento em que o homem domesticou o primeiro animal, provavelmente para utilizá-lo como força motriz para puxar um arado ou para se alimentar dele após engordá-lo, submeteu-o ao pior dos flagelos: viver entre as pessoas, se tornar igual a elas.
Você percebe que os animais domésticos tem as mesmas manias e comportamentos neuróticos dos seus donos? Não é a toa que já existe até psicólogo para cães.
Aliás, não sei por que essa distinção “psicólogo para cães”, já que os problemas são os mesmos: falta de liberdade, stress, rotina e etc. O tempo e a convivência transforma homens e animais numa coisa só fazendo desaparecer todas as fronteiras.
Contudo, não fique triste, não pense em deixar seu cãozinho ir embora ou soltar o papagaio. Mas, faça-lhe um favor: deixe-o mais livre e não lhes transmita as suas neuroses, ou você gostaria de ver seu bichinho de estimação tomando lexotan?
André Pessoa
Gostei mto do texto(não soh desse como os outros postados), acredito q quase ngm nunk parou para refletir sobre isso a fundo, "A pior perversidade que um ser humano faz a um animal é domesticá-lo." gostei mto tbm do texto" a importancia da agua suja" são detalhes tão pequenos q passam desapercebidos na correria do dia a dia!
ResponderExcluir[Postando anonimo pq ñ tenho perfil, sou do pre-vest. no colegio decisao estancia e tive a oportunidade d assistir a uma aula sua de filosofia, em q atrapalhei um bocado fazendo varias perguntas, sobre o q n tinha mto a ver com o assunto, uma dessas perguntas era mais ou menos o rumo q o senhor axava q a humaniade estava tomando e por acaso axei o texto aqui "Pra onde caminha a humanidade"q ajudou mto na minha pergunta)] Acompanhando o blog, até sabado professor!