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sábado, 13 de abril de 2013


A UTOPIA DA MOBILIDADE URBANA NO BRASIL


                Aquilo que já é realidade em países como Alemanha, Finlândia e Suécia, não passa de mera e distante utopia no Brasil. Enquanto os países desenvolvidos da Europa reduzem os espaços para os automóveis e incentivam o uso de bondes e bicicletas, em nosso país o governo reduz o IPI para aumentar a venda de veículos. 
                A mobilidade urbana no Brasil e no Recife é uma das causas do mau funcionamento da cidade e se transformou em um problema de saúde pública. Além do stress produzido pelos engarrafamentos, a própria economia é afetada uma vez que diversos setores produtivos sofrem com a dificuldade de locomoção.
                Um brasileiro medianamente inteligente perceberá que os países desenvolvidos estão “exportando” para países emergentes como o nosso aquilo que já repudiaram e consideraram nocivo em seus territórios. Isto porque uma boa parte das empresas automobilísticas que aqui se instalam é oriunda de nações européias.
Em outras palavras, as montadoras europeias e americanas fazem e incentivam aqui em nossa terra tupiniquim o que não podem fazer e incentivar em seus países de origem por causa das leis rígidas e do controle ambiental. Amparados e autorizados pela nossa corrupção , ignorância e falta de consciência coletiva eles vão parasitando o nosso país!
Em suma: enquanto aqui no Brasil reduzimos irresponsavelmente o IPI dos automóveis para favorecer o consumo e as grandes corporações, na Alemanha conter o uso de veículos autopasseio nas cidades é um imperativo.  Em pleno início do século XXI o nosso país continua mantendo a mentalidade de colônia causadora de boa parte dos nossos males.
Políticos, empresários e o próprio povo brasileiro, seduzidos pela atração dos automóveis, esquecem-se dos benefícios que uma cidade com o menor número de carros possível poderia nos proporcionar. Dessa forma, um menor índice de poluição, a facilidade de deslocamento e um melhor convívio com o espaço urbano são jogados fora.
Em nome de um egoísmo que torna burro e insensato o empresário, o político e o cidadão, continua crescendo o número de vítimas da guerra que travamos nas cidades pelo pouco espaço que ainda existe nelas. Quando no trânsito, um motorista saca uma arma e assassina outro é pelo espaço físico que eles estão lutando.        
E onde está a raiz desse problema? Na falta de vontade dos governantes? Na corrupção dos nossos políticos? Em um povo que adora o AutoEsporte? Também, mas antes de tudo, o problema da mobilidade urbana é uma questão de educação. Um país que não investe em educação produzirá sempre pessoas com baixo nível de consciência.
O egoísta seja ele um ambicioso empresário, um político descomprometido com a cidade ou um motorista que ultrapassa pelo acostamento, é sempre um ignorante inconsciente que não sabe o que é cidadania. Em outras palavras, nada se pode esperar de um povo inculto e mal-educado que só pensa em si mesmo como um mero animal.
Só temos duas opções: continuar sendo bichos ou virar gente. A primeira condição é facilmente mantida quando não existe educação, civilidade e respeito pela coisa pública. A segunda só deixará de ser uma utopia com um grande esforço de todo brasileiro. Até lá, nós continuaremos presos nos engarrafamentos e respirando o ar poluído que nos matará mais cedo!
                                                                                                                 André Pessoa      
                   

2 comentários:

  1. Professor, muito interessante esta sua abordagem sobre trânsito e mobilidade urbana no nosso país. Infelizmente, o governo prioriza o transporte individual em detrimento do transporte público, e como consequência as pessoas lutam no meio urbano por mais espaço.

    Aproveito para fazer uma sugestão: um texto sobre o que o sr. acha da nova regulamentação dos Direitos das Empregadas Domésticas. Minha outra sugestão é que faça um abordagem também sobre a questão da maioridade penal, que ganhou repercussão após o latrocínio que infelizmente vitimou um estudante de rádio e tv em São Paulo.

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  2. André, você parou de postar no blog? O que houve? "Tamo" esperando postagens!

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