Arquivo do blog

domingo, 14 de agosto de 2011

FELIZ DIA DOS PAIS






FELIZ DIAS DOS PAIS


Eu não gosto de quase nada que envolve a multidão. Prefiro freqüentar os lugares onde não há muita gente. A multidão me exaspera!
Além de a multidão ser burra, impaciente e violenta, os lugares repletos de pessoas em geral são exemplos perfeitos de mau atendimento ao público. Quanto mais gente, pior os serviços prestados.
Basta ver, por exemplo, a forma como as empresas de telefonia celular atendem ao público cada vez crescente que utiliza este tipo de serviço. As empresas brasileiras são péssimas no quesito atendimento, fato que se agrava quando a demanda é grande.
É comum, sobretudo nos feriados e datas comemorativas, o cliente entrar em uma loja ou restaurante, permanecer no seu interior durante dez ou quinze minutos e simplesmente ser ignorado pelos atendentes. Aliás, este nome não combina em nada com a forma como eles procedem. Os “atendentes” geralmente não atendem ou atendem mal.
As lojas de eletrodomésticos são os melhores exemplos daquilo que estou falando. Tenho a impressão que o motivo para isso é, entre outras coisas, a baixa remuneração dos vendedores traduzida nos ridículos percentuais de comissão. Tratas-se da mais-valia em sua forma extrema resultando em desprezo para com o cliente por parte dos funcionários.
No último dia dos pais, coincidentemente hoje, dia no qual escrevo este texto, resolvi aceitar o convite dos meus familiares para um almoço em um restaurante próximo a minha casa. Ao parar em frente ao restaurante e vendo a grande quantidade de pessoas que ali estavam, intuí que teríamos problemas e sugeri outro lugar (a sugestão não foi aceita)!
Depois de entrarmos e ter tido a sorte de acharmos uma mesa vazia, achei estranhíssimo quando o prato que pedimos chegou cinco minutos depois do pedido. Fiquei desconfiado, mas nada falei. Estava bom demais para ser verdade.
O pouquinho de inteligência que ainda me restou fez-me deduzir que o mesmo prato que nós pedimos fora pedido minutos antes por algum cliente insatisfeito que cansado de esperar foi-se embora irritado. Foi esse o prato que nos serviram quase antes de termos feito o nosso pedido.
A segunda coisa estranha que aconteceu e que demonstrou o despreparo do garçom que nos atendeu foi a comida ter chegado antes dos pratos e dos talheres. Isso não seria problema algum se os seres humanos não tivessem o costume de se irritarem facilmente quando estão com fome, principalmente quando a comida está diante deles e não podem comer por falta de pratos e talheres.
Embora eu não seja exatamente um especialista em psicologia do consumidor, a minha experiência me diz que os clientes são capazes até mesmo de relegarem o fato de terem comprado produtos com defeito, mas não toleram atendimento ruim. Comida sem prato, ninguém merece!
Entretanto, todos os problemas são solucionáveis, certo? Errado. Sobretudo, quando um problema é parcialmente solucionado e outros trinta surgem para nos estressar. Como se não bastasse a comida intocada diante dos nossos olhos por falta de pratos e talheres, quando estes últimos chegaram constatamos que o alimento estava frio, para não dizer quase gelado!
Não se desespere ainda, os problemas estão só começando e algumas das facetas do mau atendimento ainda não tinham sequer sido esboçadas. O pior ainda estava por vir, afinal de contas, as “catástrofes” acontecem uma após outra, nunca de uma única vez como no filme 2012.
A comida estava fria não porque não houvesse microondas ou fogão industrial naquele recinto, mas porque, se é que vocês se lembram, a comida que chegou a nossa mesa tinha sido o pedido de um cliente anterior a nós. Somando-se a isso os quinze minutos que o garçom exageradamente ocupado e inexperiente levou para trazer os pratos e os talheres, o resultado não poderia ser diferente: comida “gelada”.
Pedimos para que a comida fosse levada de volta à cozinha a fim de esquentá-la e enquanto esperávamos já relativamente irritados o almoço, inesperadamente o garçom trouxe uma cerveja que não pedimos. Bem que eu tive vontade de tomar uma, duas, três...dez cervejas para ver se melhorava o meu ânimo irritado.
Quando enfim chegou a comida (dessa vez quente demais), os pratos não couberam na mesa que era pequena demais para uma travessa grande e outros utensílios menores usados no almoço. Por ser o restaurante próximo a praia, o vento soprou de repente e a ponta da tolha da mesa (não muito limpa) foi parar dentro do prato principal.
A essas alturas eu já estava para lá de irritado e tive vontade de pedir um balde com gelo, não para colocar no suco de laranja, que, diga-se de passagem, não podia ser mexido porque não havia colher para mexê-lo, mas para botar a minha cabeça já demasiado esquentada dentro...
Para encerrar, pedimos a conta e o garçom nos perguntou o número da mesa, oculto por entre as dobras da toalha que voou dentro do prato principal. “Ninguém merece”, pensei comigo: “isso já é demais, eu sei lá P... de número de mesa!”.
Sorri um sorrido amarelo e contei de um até dez para não falar mal até mesmo da falecida mãe do proprietário do restaurante. Levantamo-nos, fomos até o caixa, pagamos a conta e saímos sem ter comido direito e com mais fome do que chegamos. FELIZ DIA DOS PAIS.






André Pessoa


2 comentários: