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domingo, 8 de maio de 2011

E O RECIFE NÃO ACABOU...






E O RECIFE NÃO ACABOU...


Quem achou que seria desta vez, enganou-se. O Recife não acabou; apesar dos boatos maldosos sobre o estouro de uma barragem e o pânico generalizado experimentado por nossa população desequilibrada.
Tudo começou quando um bando de internautas mal intencionados divulgou através das redes sociais o boato de que o estouro de uma barragem inundaria toda a cidade do Recife em pouco tempo. O pânico e a correria foram extremos.
Quem dera fôssemos como os japoneses, resignados e equilibrados diante da inevitável tragédia. Ao contrário disso, o povo recifense mostrou-se afobado, ingênuo e precipitado, e isto diante de um simples boato.
Dentro de poucos minutos o trânsito parou por causa da grande quantidade de pessoas querendo sair ao mesmo tempo da cidade. Além disso, algumas escolas e repartições públicas fecharam as portas e mandaram para casa os funcionários.
Na frente dos colégios, um grupo alvoroçado e precipitado de pais e mães com os olhos esbugalhados diante da “iminente catástrofe” gritava histérico pelos seus filhos que ainda estavam em aula. A precipitação sempre exalta a burrice!
Lembro-me que durante o acontecido entrei em um supermercado e vi uma senhora gorda, tez avermelhada, olhos ensandecidos e voz amedrontada dizer a um rapaz que lhe escutava perplexo que o Recife seria inundado em poucos minutos. Embora a inundação não tenha vindo, o Recife encheu-se, não de água, mas de estupidez!
Uma garota que trabalha em uma empresa onde eu estive durante o ocorrido, caminhava chorando de um lado para o outro, ansiosa e dizendo que o seu namorado (outro idiota) tinha ligado afirmando que a água da suposta barragem estourada já tinha chegado ao bairro da Torre e caminhava rapidamente para o centro (ah, filho da mãe!).
Um detalhe interessante que eu pude notar no comportamento desequilibrado da garota em questão é que a bunda dela parecia cada vez maior quanto mais desesperada ela ficava. Será que o nervosismo infundado e estúpido faz crescer a bunda das pessoas?
Acho que não. Mas uma coisa eu sei: o desespero e a precipitação realçam o que há de mais ridículo no ser humano. Eles realçam todas as nossas inconsistências revelando a nossa verdadeira essência comumente escondida embaixo da hipocrisia dos papéis por nós representados todos os dias.
Na hora do medo e do pânico as nossas fraquezas e imperfeições tornam-se públicas e manifestas. Nossa vulnerabilidade se expressa e o ridículo nos envolve como se fosse um manto que recai sobre nós.
O medo e o pânico fazem o machão tremer, o íntegro se corromper, o corajoso se acovardar, o inteligente emburrecer e o idiota ficar mais idiota ainda. Olhe por um instante as palavras desconexas e as faces distorcidas e apavoradas das pessoas durante os momentos de pânico e você constatará o que estou dizendo.
Quanto a mim, embora não tenha acreditado nem por um segundo no “tsunami” que não veio e nem a minha bunda ou qualquer outra parte do meu corpo, tenha crescido, acabei também me deixando levar pela euforia ridícula daquele breve instante.
Não que eu tenha achado que o Recife iria submergir como a mitológica atlântida, apenas supus, erradamente, que iria passar mais tempo do que o normal preso no trânsito até chegar em casa. Por isso, tal e qual uma pessoa relativamente desesperada, entrei no supermercado para fazer pequenas compras.
Minha idéia era comer enquanto estivesse dentro do carro e preso no trânsito (me enganei). Quando voltei para casa, algumas horas depois do pânico, o trânsito estava bem mais livre do que em dias normais porque todos os desesperados já haviam ido mais cedo para casa por causa do “grande tsunami”.
Como sempre acontece, sorri e me diverti bastante na última quinta-feira. É que eu costumo chorar quando todos estão sorrindo e sorrir quando todos estão chorando. O que apavora os outros, me alegra; já aquilo que alegra os demais, me apavora.
Acho que de fato estou indo para um "lugar" diferente daquele para o qual a maioria das pessoas se encaminha. Onde fica este lugar? Vem comigo e eu te mostrarei. Só não vale ter medo de barragem estourada.




André Pessoa




3 comentários:

  1. professor safado, hein...
    fica aí olhando a bunda da mulé... hehehe
    Te digo nada nao, visse!

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  2. kkkkkkk
    morrendo de rir André!
    mas rapai não sei se lembras de mim, mas eu fui tua aluna no decisão ESTÂNCIA EM 2009, meu nome é elisiane, eu vivia tirando dúvidas contigo, e andava com Janaína um gordinha que sentava na frente e ria mais que tudo na vida. Enfim, só falei dela pq normalmente quando falo de Decisão as pessoas lembram dela, consequentemente, lembra da sala e um pouco das pessoas que eram desta sala de JANAÍNA.
    Eu queria falar contigo rapaz, mas ou eu sou débil ou realmente não achei teu email aqui no blog.
    EU TO FAZENDO HISTÓRIAAAAAAA
    lá na rural, queria muito conversar contigo poxa, saudade danada!
    xeru pra tu...

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  3. rsrsrs
    muito engraçado!

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