KADAF
Depois de perceber que as forças rebeldes seriam derrotadas pelo exército fiel à Kadaf, a ONU decidiu intervir na questão. Uma zona de exclusão aérea foi criada enquanto soldados ingleses e franceses se preparam para invadir a Líbia.
Entretanto, deixando de lado tudo o que sabemos acerca dessa figura exótica, gostaria de lhe convidar a lançar um olhar diferente sobre o presidente líbio Muamar Kadaf. Sigamos nessa empreitada os conselhos de Descartes e nos desvencilhemos, antes de qualquer coisa, de toda idéia preconcebida.
Esqueça por um instante o Kadaf ditador, sanguinário, excêntrico, hora amigo dos EUA, hora opositor da América. Deixemos de lado essa imagem que a mídia e o próprio Kadaf criaram e imprimiram em nossa memória.
Gostaria de convidá-lo nesse momento a ver Kadaf como se vê um personagem do poeta grego Homero, ou seja, como um tipo. Os tipos prefiguram sempre alguma coisa, representam algo maior e que lhes transcende.
Nesse sentido, Kadaf não é um mero governante ou um simples homem, mas o representante perfeito (um tipo) de um mundo que está desmoronando. É exatamente porque sente que o seu “reinado” chegou ao fim que Kadaf luta de forma desesperada e violenta.
Muamar Kadaf é um homem desafiando a história, alguém que no seu delírio julga ser capaz de conter o espírito do tempo. Ninguém jamais escapou do “rolo compressor” que é a história. Ele será esmagado e despedaçado mais cedo ou mais tarde.
Não se luta contra a história caro Kadaf. Querer manter os antigos paradigmas quando os tempos mudaram é inútil, desafiar o novo é insano. Kadaf é a versão líbia de Sadam Hussein, um ditador vivo, mas já com aspecto de enforcado.
Eis aí uma boa palavra para descrever Kadaf: insano. Kadaf é um louco sentado em um trono que ameaça ruir, é um rei querendo reviver épocas de “glória” que não voltam mais.
Muamar Kadaf, tal e qual o Prometeu da mitologia grega, será condenado a ter o fígado comido pelos abutres (um deles é os EUA) por toda a eternidade por desafiar os deuses (o mundo ocidental). Corrijo: por desafiar a história.
Entretanto, há uma grande diferença entre Kadaf e o insurgente Prometeu; é que Prometeu roubou o fogo dos céus para dar aos reles mortais, enquanto Kadaf quis retê-lo apenas para si.
Alguém precisa dizer a Kadaf, nem que a língua usada para tanto seja o som abafado da artilharia, que é impossível guardar fogo sob a própria roupa sem se queimar. Mesmo que ele esteja guardado debaixo de um uniforme militar coberto por insígnias.
André Pessoa
Depois de perceber que as forças rebeldes seriam derrotadas pelo exército fiel à Kadaf, a ONU decidiu intervir na questão. Uma zona de exclusão aérea foi criada enquanto soldados ingleses e franceses se preparam para invadir a Líbia.
Entretanto, deixando de lado tudo o que sabemos acerca dessa figura exótica, gostaria de lhe convidar a lançar um olhar diferente sobre o presidente líbio Muamar Kadaf. Sigamos nessa empreitada os conselhos de Descartes e nos desvencilhemos, antes de qualquer coisa, de toda idéia preconcebida.
Esqueça por um instante o Kadaf ditador, sanguinário, excêntrico, hora amigo dos EUA, hora opositor da América. Deixemos de lado essa imagem que a mídia e o próprio Kadaf criaram e imprimiram em nossa memória.
Gostaria de convidá-lo nesse momento a ver Kadaf como se vê um personagem do poeta grego Homero, ou seja, como um tipo. Os tipos prefiguram sempre alguma coisa, representam algo maior e que lhes transcende.
Nesse sentido, Kadaf não é um mero governante ou um simples homem, mas o representante perfeito (um tipo) de um mundo que está desmoronando. É exatamente porque sente que o seu “reinado” chegou ao fim que Kadaf luta de forma desesperada e violenta.
Muamar Kadaf é um homem desafiando a história, alguém que no seu delírio julga ser capaz de conter o espírito do tempo. Ninguém jamais escapou do “rolo compressor” que é a história. Ele será esmagado e despedaçado mais cedo ou mais tarde.
Não se luta contra a história caro Kadaf. Querer manter os antigos paradigmas quando os tempos mudaram é inútil, desafiar o novo é insano. Kadaf é a versão líbia de Sadam Hussein, um ditador vivo, mas já com aspecto de enforcado.
Eis aí uma boa palavra para descrever Kadaf: insano. Kadaf é um louco sentado em um trono que ameaça ruir, é um rei querendo reviver épocas de “glória” que não voltam mais.
Muamar Kadaf, tal e qual o Prometeu da mitologia grega, será condenado a ter o fígado comido pelos abutres (um deles é os EUA) por toda a eternidade por desafiar os deuses (o mundo ocidental). Corrijo: por desafiar a história.
Entretanto, há uma grande diferença entre Kadaf e o insurgente Prometeu; é que Prometeu roubou o fogo dos céus para dar aos reles mortais, enquanto Kadaf quis retê-lo apenas para si.
Alguém precisa dizer a Kadaf, nem que a língua usada para tanto seja o som abafado da artilharia, que é impossível guardar fogo sob a própria roupa sem se queimar. Mesmo que ele esteja guardado debaixo de um uniforme militar coberto por insígnias.
André Pessoa
isso ae
ResponderExcluirbotou pra fuder professor