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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

UM SER "MAU"



UM SER “MAU”


Imagine alguém em quem tudo é definido pela energia sexual e que possui intensos desejos sadomazoquistas. A sua sexualidade é tão exacerbada que percorre todo o seu corpo se concentrando em várias partes seguidamente.
Como se não bastasse, esse indivíduo é um voyeur, vive espiando tudo pelos cantos da casa e mergulhando sem permissão na intimidade das pessoas. Sua presença desconcertante se faz notar nos momentos mais indesejados.
Pense em alguém que não é capaz de amar ninguém a não ser a si mesmo, um narcisista inveterado, um egoísta de primeira grandeza. Alguém que quer ver os seus desejos realizados instantaneamente e reivindica-os esperneando.
Como se tudo isso não bastasse, essa pessoa acrescenta a todos os seus “crimes” o ciúme doentio. Não se engane, este ser ciumento e egoísta fará de tudo para destruir os seus rivais, em geral aqueles que estão mais próximos.
Entretanto, o pior sobre esse ser “mau” é que além de tudo o que já foi dito, ele possui desejos incestuosos. Isso mesmo, o ser de quem estamos falando nutre desejos sexuais ilícitos pelos próprios familiares, para ser mais exato, pelo pai e pela mãe.
Valha-nos Deus, como pode alguém desejar os próprios progenitores? Como pode alguém sentir desejos sexuais pela mãe que o amamentou ou pelo pai que o acariciou? O mundo está perdido!
Apenas o medo de ser castigado faz com que este ser “mau” sobre quem estamos falando recue e desista dos seus propósitos nefastos. Só mesmo o temor da punição pode parar essa máquina de sensualidade!
Talvez a esta altura você esteja dizendo: “proteja-me Deus de encontrar esse indivíduo na rua ou em algum outro lugar público; coisa não muito difícil já que ele freqüenta os parques de diversão, embora o seu lugar predileto seja o interior dos lares.
O ser de quem estamos falando não quer dividir nada com ninguém e manifesta a sua indignação quando não é atendido com atos de violência. O pior de tudo: esta criatura está perto de nós, dentro das nossas casas.
Quem é este ser? Respondo: a criança segundo a descrição evolutiva psicossocial de Sigmund Freud. É isso mesmo, este é o retrato pintado dos nossos filhos pelo magistral psicanalista de Viena, ícone da psicanálise no final do século XIX.
De fato, como pensaram os teólogos medievais ao se expressarem através da doutrina do pecado original, há algo de errado com a humanidade. Só não sei se o problema está no homem ou no bom Deus.
Depois do quadro macabro pintado pelo pai da psicanálise acerca das nossas inocentes criançinhas, é preciso ter muito cuidado com os babys, principalmente quando nos aproximarmos do berço. O perigo mora ao lado e chupa chupeta!

André Pessoa

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