Arquivo do blog

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

SEM ASSUNTO



SEM ASSUNTO


Seria impossível pensar no mundo globalizado sem a internet. É a internet que garante à aldeia global a característica de interatividade; no ciberespaço todos estão conectados e as distâncias que antes pareciam assombrosas e intransponíveis simplesmente desapareceram.
Contudo, os benefícios da internet não devem encobrir os problemas por ela criados. A web 2.0, no dizer de um importante empresário do setor informacional norte-americano, cultua o amador, ou seja, a internet é o reino do amadorismo e de algumas bizarrices próprias do século XXI.
Embora eu não seja um daqueles caras conservadores que desligam a televisão puxando a tomada, abominam livros eletrônicos e odeiam computadores, confesso que atribuo uma boa parte da falta de profundidade de pensamento das pessoas no mundo contemporâneo, sobretudo dos jovens, e o desinteresse pela reflexão, ao uso errado da internet.
A internet de fato não é o espaço e o meio ideal para quem gosta de pensar. Uma das leis da internet é: Pensar é proibido. Você acha que não? Pois bem, por que será então que quando estamos conversando com alguém via MSN e a pessoa passa dez segundos para responder às nossas perguntas mirabolantes geralmente falamos: “você ainda está aí?” “Sumiu?” “Foi abduzido?”
Pois é, na internet é proibido pensar, é preciso falar logo, de forma breve, irrefletida e instantânea. Refletir, analisar, tentar concatenar as idéias harmonizando-as antes de proferir qualquer sentença não é apropriado no mundo virtual. Acho que quem inventou a internet foi Enéias (lembra: “meu nome é Enéias”).
Nem sempre o meu relacionamento com as redes sociais da NET são pacíficos e possíveis. Por exemplo, embora eu tenha me esforçado bastante e feito um esforço sobre-humano para ser um usuário do twitter, não consegui passar mais de uma semana postando nessa “grande maravilha” do mundo virtual. O twitter, em minha opinião, é o reino da futilidade!
Por quê? Dá uma olhada no tipo de assunto que rola no twitter. Nem o mais obstinado defensor dessa rede social me convencerá de que eu preciso me conectar com o William Bonner no seu Twitter para ter em primeira mão a “importantíssima” informação sobre que gravata esse Brad Pitt da comunicação brasileira vai usar no jornal nacional. Me poupem!
Outra coisa chatíssima no twitter é a obrigação que você tem de twittar sempre, falar mesmo sem estar com vontade, mesmo sem querer fazê-lo. Quanto mais você fala, maior a possibilidade de ter seguidores nessa ferramenta para desenvolver a tagarelice. Aliás, não interessa a hora e nem o assunto, o importante é falar, abrir a boca, fazer comentários irrelevantes.
Me peguei várias vezes acessando o twitter por volta da meia noite depois de ter chegado do trabalho exausto para twittar mesmo sem estar com a mínima vontade de falar qualquer coisa. Para os diabos com o twitter e o seu incentivo à conversa fiada, chega! Tem momentos que agente não quer falar e pronto. Tem hora que eu não estou afim nem de ver gente na minha frente, quanto mais de falar bobagens pelo twitter.... vá para o diabo que o carregue...
Outra coisa inusitada e ilógica na internet é o fenômeno que dá título a este textozinho inocente que agora escrevo. Refiro-me ao fato de que costumamos, não sei por que cargas d’água, assinar uma boa parte dos nossos e-mails com o título “sem assunto”. Como assim “sem assunto”?
Por favor, meus bons amigos, sejam pacientes comigo e me expliquem o seguinte: se estamos escrevendo para alguém, naturalmente é para falar sobre algo com essa pessoa certo? Se você respondeu positivamente deverá também concordar que eu não posso dizer que o meu e-mail é “sem assunto” já que eu tenho algo para falar com a outra pessoa certo? Ninguém merece!
Ah, ia esquecendo, algo que também me surpreende no mundo virtual é a relevância dos temas tratados em algumas comunidades do tipo “eu respiro, e você?” Ou então, “eu também não entendo o significado da logomarca do Carrefour”. Ah meu Deus, como é importante constatar que respiramos e saber o significado quase cabalístico da logomarca do Carrefour! Se eu não souber estas duas coisas provavelmente não entrarei no céu quando morrer!
É bom não esquecer também que na internet é preciso falar errado, ou melhor, escrever errado. São comuns expressões do tipo “jah volto= já volto”, “naum = não” e outros neologismos que fazem Guimarães Rosa se revirar dentro do túmulo. Usar a norma culta da língua portuguesa numa conversa por MSN é um atentado as leis do ciberespaço. Será que o certo virou errado e o errado virou certo?
Se tudo isso não fosse trágico me faria rir alto no melhor estilo MSN: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.
André Pessoa

Um comentário:

  1. Cem contar qi vc podi esta muinto atoa e como naum consegui para dis crever no note, capaz de pegar uma tenosinuvite, a tal da Ler, ou será Ler? Sei + não, as leis ortograficas mudarão tudo. Naum sei se para é para para ou se para é para para. Como feiz falta o tal do acentu.
    Oji sentimo fauta da aula. Agora so na terça qui vem.

    Huggs

    ResponderExcluir