SANTO OU TIRANO?
Hugo Chávez foi uma dessas
personagens controversas que aparecem com certa frequência na história e depois
se vão com a mesma rapidez que surgem. Tais como os cometas que cruzam os céus,
causam espanto, mas passam rápido.
Afirmar que Hugo
Chávez foi um santo, protetor dos pobres e necessitados ou defini-lo como um
tirano inimigo da democracia é só uma questão de ponto de vista. Servos fiéis e
inimigos atrozes foram sempre muito comuns na vida de Chávez.
Sob o
pretexto de promover a revolução bolivariana
na América do Sul, Chávez incentivou uma guerra maniqueísta entre mundo
desenvolvido e países em desenvolvimento. Aliás, a beligerância foi em Chávez
mais um meio de propaganda do que uma atitude que visava libertar a América.
É bom, porém,
não esquecer que Símon Bolívar, inspiração de Chávez, apesar dos serviços
prestados à independência das colônias da América, também era um ditador. Algo
que Chávez não aprendeu: uma ditadura (seja ela de direita ou de esquerda) é
sempre uma ditadura!
Hugo Chávez,
penso eu, foi um “nascido fora do tempo”,
alguém que deveria ter sido presidente da Venezuela durante a Guerra Fria e não
depois do fim do mundo bipolarizado. Por esse motivo, o seu discurso “marxista”
parecia anacrônico e ultrapassado, havia nele algo de caricatural.
Chávez foi
mais um mito do que uma realidade. O seu discurso de união da América na luta
contra o imperialismo norte-americano e seu apego à Revolução cubana eram
emblemáticos e ridículos ao mesmo tempo.
O “pai dos
pobres da Venezuela” era uma espécie de D. Quixote sul-americano que lutava
contra moinhos de vento julgando combater dragões. Não que o neoliberalismo e
alguns dos seus efeitos não sejam reais, mas é que Chávez via-os de uma forma
que não existiam.
Hugo Chávez
foi um tirano populista que não chegou a exercer um poder inteiramente
totalitário porque foi contido por alguns de seus aliados democráticos na
América do Sul. Ele estava se preparando para algo maior que foi impedido de
consumar pela morte prematura.
Amado
incondicionalmente pelas camadas pobres da Venezuela tornou-se popular
promovendo políticas assistencialistas, sobretudo, na área de habitação. Deu
casa aos pobres e em troca exigiu apoio político e obediência incondicionais. Os
tiranos nunca dão, sempre trocam!
Falando
sobre a morte de Hugo Chávez, Dilma Rousseff, nossa desnorteada presidenta,
disse que Chávez era um “amigo do Brasil”.
Tiranos não possuem amigos cara presidenta, as suas relações são sempre
instrumentais.
Como dizia a
minha avó: “quer ser bom? Morra.” Há
em todos os elogios fúnebres sempre uma grande dose de mentira. O que se diz do
morto nem sempre corresponde à verdade sobre aquele que jaz dentro do caixão!
Como a maior
parte dos políticos que têm o perfil populista, Chávez chegou ao poder em meio
a uma crise e deixou-o propício a outra. Só nos resta agora saber que preço a
Venezuela pagará por sua morte.
Os tiranos nunca morrem pelo povo, é
o povo que morre em nome dos tiranos!
André Pessoa
Professor muito interessante sua afirmação acerca de Hugo Chávez. Ontem eu assisti no canal-11 uma entrevista com Chávez, gravada antes de sua morte, em que ele falava de muitos temas. Política, situação social venezuelana, infância pobre, revolução bolivariana... foram vários os assuntos. Parabéns por este texto, professor! vc tem tanto entendimento dessas coisas, que parece um "tradutor" para nós, jovens e leitores de seu blog, que estamos sedentos de conhecimento e aprendizado.
ResponderExcluirDeixo aqui minha sugestão, o sr. escrever um texto sobr Hitler e os grandes ditadores da história, pq ninguém melhor do que o sr. para debater essas coisas, e eu tenho muita curiosidade de saber sobre estes assuntos. eu fico querendo saber sobre o que é "Revolução Bolivariana", se Chavez presidia a Venezuela, e não a Bolívia, que são países diferentes.
O honesto é pobre,o ocioso triunfa,o incompetente manda. Gregório de Matos. Esta frase resume bem o que ocorre no mundo, quando um grupo de imbecis querem por todos os meios se dar bem na vida, a cista dos demais. A história mostra, desde o princípio, que o homem é o algoz do homem. Hoje no Brasil estamos penando, porque tempos a trás as Forças Armadas não fez o seu dever de casa, como foi feito em Singapura. E um aspecto, além de deixar a corja viva, foi o descuido com a educação. Espero que a próxima revolução que venha a ocorrer, que não se esqueçam de fazer o dever de casa e cumpram integralmente com o que prescreve a lei.
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