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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


ENQUANTO ISSO, NO CONGRESSO NACIONAL...


               No exato momento em que parei o carro no sinal um exército de crianças cercou o veículo. Eram meninos e meninas em idade escolar que disputavam entre si a limpeza dos para-brisas dos automóveis em troca de alguns tostões.
               Coincidência ou não, naquele mesmo instante o noticiário da rádio local anunciava a vitória de Renan Calheiros para a presidência do senado. Que misteriosa e enigmática relação existe entre estes dois acontecimentos aparentemente tão distintos?
               Que conexão há entre o que acontece nos semáforos das grandes metrópoles brasileiras e o que ocorre em Brasília? Que ligação existe entre os parlamentares com os seus salários astronômicos e as crianças condenadas à miséria?
               Não é preciso ser um especialista em ciência política ou um doutor em economia para saber que é a corrupção e o descaso dos políticos brasileiros que tornam o problema do menor algo crônico no Brasil. Entre o congresso e as calçadas o caminho é curto!
               Indigno-me ao lembrar que o senhor Renan Calheiros, mesmo denunciado por corrupção pela Procuradoria Geral da República ao STF, foi eleito presidente do senado. Não tenho palavras para expressar o nojo que sinto da política no Brasil!
               E o pior de tudo, os políticos brasileiros agora passaram da corrupção a uma espécie de cinismo descarado. É como se no nosso país não houvesse mais vergonha, dignidade e respeito pelo cidadão.
               Para manter a governabilidade da presidência, o PMDB, partido de Renan Calheiros, garantiu a eleição de um político descredenciado e enterrado até o pescoço na lama. A política no nosso país é indigna e não passa de uma série de negociatas imorais.
               E não venha com essa de me dizer que ainda existem políticos honestos no Brasil. Talvez até exista alguns em via de extinção, mas eles nada podem fazer porque o mal está no “sistema”, como sugeriu o afamado “tropa de elite II”.
               Nem mesmo o capitão Nascimento em parceria com o Joaquim Barbosa exterminaria essa alcateia de lobos vorazes que se alimentam do dinheiro público. Para político corrupto não há “salvação”, eles são obstinados. Só o diabo carregando!
               Enquanto a economia dá sinais de retrocesso e o Brasil começa a ser visto com desconfiança pelos investidores estrangeiros e a conta de luz baixa, o cinismo aumenta. O nosso país está destruído por essa praga que é a corrupção na política.
               E o pior de tudo, daqui a pouco vem o carnaval e a copa do mundo (duas drogas altamente entorpecentes) e ninguém vai se lembrar de mais nada. Serão milhares no Galo da Madrugada e poucos na frente do Congresso Nacional para protestar.
               Serão milhares de pessoas lotando os campos de futebol e os blocos carnavalescos enquanto milhões de reais serão desviados em operações facilitadas por aqueles que elegemos para nos representar. Aliás, alguém viu o Carlinhos Cachoeira?
               Não sei qual é a sua, mas a minha forma de protesto, aliás, a expressão da minha indignação, é não votar em ninguém. Os políticos brasileiros em sua maioria não merecem o meu voto, e os que poderiam merecê-lo nada podem fazer contra o sistema.
               E não venha com esse papo furado de que não votando eu não estou exercendo o meu papel de cidadão. Cidadania é algo bem maior do que votar, e nem mesmo o mais persuasivo dos argumentos me convenceria a dar o meu voto a alguém em quem não confio.
                                                                                                                    André Pessoa                                                                 
              
                

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