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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

OUTROS MUNDOS


OUTROS MUNDOS

Qual seria a nossa reação se um dia, sem que estivéssemos preparados, habitantes de outro planeta chegassem à terra numa nave espacial? Como reagiríamos se aquilo que vemos com tanta freqüência nos filmes da TV e do cinema acontecesse na vida real?

Acho que esse acontecimento causaria um colapso sem precedentes na Terra. Um pânico generalizado misturado com curiosidade, comoção e histeria coletiva em todos os recantos do planeta arrebataria os terráqueos!

Passamos muito tempo achando que estávamos sós no universo para admitir companhia agora. O nosso geocentrismo tardio e a ortodoxia de nossas crenças religiosas ultrapassadas nos torna muito ensimesmados para sermos racionais o suficiente a ponto de suspeitar que exista vida inteligente fora do nosso planetazinho superaquecido.

Pensar em tudo isso me fez lembrar de uma doce e velha canção romântica na qual o compositor afirmava sem titubear que “há tantos planetas habitados na imensidão do azul do céu...”. Se a memória não está me traindo, a música era do genial Caetano Velozo e se chamava “Ela e eu”.

Eu gostava da forma taxativa e convicta como o autor da música afirmava a existência de outros planetas habitados espaço sideral a fora. Para ele não havia sombra de dúvidas: não estávamos sozinhos no universo!

Cada vez que eu escutava a letra daquela bela melodia nos dias da minha juventude, eu projetava em minha imaginação possíveis cenas passadas em planetas longínquos nos quais torvelinhos humanos viviam e se agitavam numa vida tão comum como a nossa aqui na Terra. Com uma diferença: estavam a milhões de anos-luz de nós.

Mesmo separados por um espaço infinito e instransponível, os habitantes extraterrestres que povoavam o meu pensamento inspirado pela música do Caetano eram tão humanos quanto nós. Eram seres humanos morando em um planeta distante, era o nosso eco nas galáxias mais remotas!

Na semana passada, lendo um livro intitulado “O despertar da terra”, de Peter Russell, me deparei com a seguinte citação atribuída pelo autor a dois astrônomos britânicos: “é perfeitamente possível que nos minúsculos grânulos da poeira das nuvens interestelares as condições tenham sido propícias a formação dos blocos fundamentais da construção da vida [...]. Se assim for, os germes da vida talvez exista em todo o universo”.

O que está dito nessa citação é que as condições para o aparecimento da vida estavam presentes na poeira cósmica que formou a nossa galáxia e o nosso planeta. Em outras palavras, as condições para o surgimento da vida não é uma exclusividade nossa, mas de tudo aquilo que foi formado com a mesma matéria que formou o nosso planeta.

A verdade científica e a poesia estão mais próximas do que sonha a nossa vã filosofia. Aquilo que os cientistas dizem com um linguajar difícil em conferências apropriadas apenas para os iniciados nas ciências da natureza, os poetas já haviam enunciado nas mesas dos bares.

Provavelmente existem outros mundos onde pulula a vida. Talvez haja milhares e milhares de planetas habitados na imensidão do azul do céu como cantou um dia Caetano Velozo. É possível que a semente da vida (e quem sabe humana) esteja disseminada em inúmeras galáxias.

Contudo, admitir que exista vida inteligente em outros planetas nos levaria a uma série de outras perguntas, algumas de natureza controversa, sobretudo as de cunho religioso. Por exemplo: O sacrifício de Jesus Cristo teria algum valor para criaturas de outros planetas que nada sabem da sua morte em uma cruz e para os quais os elementos que compõem a história do nazareno nada significam?

A comprovação da existência de outros mundos colocaria em xeque e faria desmoronar tudo aquilo em que acreditamos. As nossas mais arraigadas crenças, plantadas ao longo de milênios de história, seriam arrancadas violentamente como faz o agricultor com as ervas daninhas que crescem na sua plantação.

Caso descobríssemos a existência de outros mundos habitados seria necessário reformular a ciência, a filosofia e as crenças religiosas. Tudo aquilo que construímos com grande esforço desmoronaria como um castelo de areia atingido pelas ondas do mar na beira da praia.

Penso que mais cedo ou mais tarde, nós seremos surpreendidos pela notícia de que fizemos o primeiro contato com habitantes de outros planetas. Entretanto, para não alimentar vãs ilusões que mais se parecem com ficção científica, é bom lembrar que o que torna esse encontro pouco provável são as dimensões gigantescas do universo.

De uma coisa porém eu tenho certeza: caso nos encontremos algum dia com os habitantes de um planeta distante, a surpresa e a apreensão tomarão conta dos nossos corações, pois concluiremos com certo pesar que o universo não é tão grande como imaginávamos. Em breve estaremos mais perto daquilo que um dia esteve mais longe!

André Pessoa

6 comentários:

  1. "As nossas mais arraigadas crenças, plantadas ao longo de milênios de história, seriam arrancadas violentamente como faz o agricultor com as ervas daninhas que crescem na sua plantação".

    "Tudo aquilo que construímos com grande esforço desmoronaria como um castelo de areia atingido pelas ondas do mar na beira da praia".

    caramba que poeta

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  2. NOSSA , MAS QUE CARA MAIS SISUDA , NÃO SEI SE ESTOU OLHANDO PRO ANDRÉ PESSOA OU PRO ABOMINÁVEL HOMEM-DAS-NEVES!!!

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  3. andre para com os teus achismos em relaçao a religiao, eu nunca concordei com nada do q vc argumentou aqui com relaçao a isso, vc tenta enganar as pessoas, afasta-las de deus. És um instrumento usado pelo inimigo para fazer isso. E digo isso pq nao sou religioso não, é porque é a minha opinião que é assim!

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  4. professor faz um texto sobre o holocausto e as grandes guerras mundiais

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  5. Do jeito que imaginamos a vida em outro planeta nos filmes ela esta sempre de forma humanoide. Nunca se conseguiu imaginar seres de outro planeta sem ser das formas que conhecemos. Alias eu nem sei se os seres do outro planeta seriam os seres do mai que estudariam os seres humanos. Acho que seria mesmo ao contrario: os seres humanos sendo os parasitas. Mesmo porque os recursos naturais como a água, o petróleo e o carvão mineral estão acabando e talvez procuramos vida em outro lugar devido a falta desses recursos. Só de pensar que o petróleo acabara em 100 anos e ainda nao descobriram como faz-lo em laboratório me faz pensar o que grandes potências farão sem ele.

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  6. Bom, sem querer ser o dono da verdade, mas vou esclarecer sua dúvida sobre se o sacrifício de Jesus também é válido para supostas criaturas de outros planetas. Veja bem: só a humanidade, a raça humana, foi quem pecou, portanto, qualquer outra espécie de civilização interplanetária está isenta da condenação eterna. Tá explicado porque o sacrifício de Jesus só é válido para a raça humana.

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