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sábado, 4 de setembro de 2010

PLÍNIO



PLÍNIO


Há uma palavra que me lembra Plínio: jurássico. Não pense que estamos diante de um mero candidato à presidência, pelo contrário, trata-se de um elo perdido, um solitário viajante das eras, a peça que faltava no quebra-cabeça de Charles Darwin, um represente vivo do mesozóico.
Plínio é fruto do comunismo cambaleante brasileiro, mas bem que poderia ser uma criação de Steven Spielberg. Comparo-o também a um piloto camicase, guardadas as devidas proporções, um suicida que plenamente consciente da morte iminente lança-se contra o inimigo.
As suas participações nos debates da TV misturaram cinismo, discurso ultrapassado e desdém político. O seu lema é: “se você não pode ajudar, atrapalhe. O importante é participar”. Plínio, que não é o salgado, me parece bastante insosso!
Esse candidato é o guardião de antigas tradições esquerdistas que há muito deixaram de existir e que a cada dia tornam-se mais ridículas. Os seus discursos estão cheios de termos tirados de livros escritos por autores que leram Karl Marx superficialmente. Plínio é o atestado de óbito do comunismo brasileiro, é um peido tardio de Fidel Castro.
Plínio é o típico exemplo da experiência política transformada em cinismo pelo tempo e pelos muitos fracassos. Esse candidato é um raio-X tenebroso da política brasileira que mostra os efeitos devastadores do tempo no espírito dos homens que não conseguiram ser catapultados na vida pública.
Plínio representa o que já não é. Ele pode ser comparado a uma foto amarelada de Lênin na parede do quarto de um antigo aposentado ex-militante do partido comunista ou a uma boina no melhor estilo Che Guevara, surrada e envelhecida pelo tempo. Ele evoca um tempo e certas coisas que não voltam mais.
André Pessoa

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