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sábado, 25 de setembro de 2010

MARINA




MARINA


Embora eu acredite que entre os candidatos à presidência da república a Marina Silva seja a que possui o discurso político mais convincente e a maior capacidade de responder coerentemente aos questionamentos que lhes são feitos, existem algumas coisas nela que me deixam reticente na hora de votar .
Algo que me desagrada bastante na Marina é o seu franciscanismo. A sua cara de quem tem nojo de dinheiro, o jeito de proletariado e as roupas brancas que lhe transformam numa versão ecológica de Heloísa Helena me parece muito panfletário. Acho que ela escolheu o personagem errado.
Tenho a impressão que a estória da garota pobre criada entre os seringais, que se educou tardiamente e que venceu na vida tornando-se ministra do meio ambiente não é suficiente para transformá-la em presidente da república. Esse negócio colou com Lula porque ele não tem um dedo, mas não cola com mais ninguém.
A imagem que o Brasil tem da Marina é a de uma espécie de reencarnação feminina de Xico Mendes que sobreviveu a duzentas malárias e agora quer chegar ao palácio presidencial. Ela sobreviveu a insalubridade da selva amazônica, mas o alto preço pago foi uma cara de gente morta-viva que já paga plano funerário a cinco anos e aguarda a visita da morte a qualquer momento.
De fato a morte é o caminho de todos os homens e talvez eu e você morramos amanhã e Marina viva eternamente (coisa que não parece difícil para uma evangélica), mas a impressão que temos é a de que se Marina assumir a presidência em um dia ela acaba morrendo no outro. A nossa querida presidenciável se parece com um espectro que acabou de chegar de outros planos espirituais.
Além disso, a Marina Silva é naturalmente (eis aí uma palavra que combina com ela) antipática. Acho que ninguém é capaz de duvidar da integridade da Marina Silva, mas poucos são capazes de suportar a sua chatice. A voz metálica e fina, o nariz arribitado e o olhar de peixe morto enche até pneu de trem.
Acredito que um candidato á presidência alcança os seus objetivos apenas quando uma boa proposta se encontra com a pessoa certa. No caso de Marina a boa proposta existe, a pessoa certa não. Ela é uma daquelas candidatas que as pessoas não votam nela e não sabem dizer por que, apenas não votam.
Marina erra quando não produz a sua imagem do ponto de vista do marketing e da abordagem mercadológica. Uma cabeça boa e pensante ela tem, mas precisa urgentemente de um bom cabelereiro. Talvez a Dilma posssa ajudá-la dizendo onde compra as suas prórpias perucas.
Lula só chegou á presidência quando trocou o macacão sujo de óleo dos metalúrgicos do ABC pelo terno Armany bem passado. Marina deve fazer o mesmo: deixar de lado aquele penteado de moradora da zona rural e aqueles vestidos de crente e tomar um banho de loja no morumby shopping.
A preferência dessa candidata pelos lugares pobres no seu guia eleitoral é também um sinal de que ela esquece que o pobre quer que o seu candidato se identifique com ele, mas que não se pareça com ele. Os pobres gostam de se projetar em pessoas que apertam as suas mãos sem nojo no comício, mas que moram na Tijuca e andam de BMW.
Para o povo não basta apenas que o candidato tenha cara de quem acabou de descer do ônibus coletivo e goste de comer sanduíche de pão com ovo. Ele precisa ser ambicioso, ostentar poder e se possível está associado à banqueiros. E ainda dizem que a voz do povo é a voz de Deus!

André Pessoa

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