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sábado, 11 de setembro de 2010

DILMA



DILMA

Lula é Deus. “E disse Lula: haja Dilma, e houve. Depois disso soprou-lhe nas narinas o folêgo da vida” e nasceu mais um presidenciável. Assim como o lendário Pigmalião, rei de Chipre, Lula deve estar feliz e apaixonado pela sua mais importante criação, Dilma Rousseff. Bem que a Dilma poderia se chamar Lulo, você não acha?
Caiu Genoíno, José Dirceu, Antônio Palocci, o PT, mas Lula permaneceu em pé, incólume, nem mesmo levemente arranhado pelos ataques que sofreu. O atual presidente é um monumento sólido que só o whisky faz tombar de vez em quando.
Estranho não acha? O texto que agora escrevo é sobre Dilma, mas até agora eu só falei do Lula. Não é sem motivo que isso acontece, a Dilma não passa de uma boa idéia de Lula, a maior criação viva de um metalúrgico que tornou-se presidente.
Dilma, como eu disse em outro lugar, carece de materialidade, de concretude, é um holograma. Se você encontrar com ela nas ruas certamente poderá traspassá-la, atravessá-la como se nada houvesse no caminho, pois ela não existe.
A candidata de Lula é um ghost no melhor estilo Patrick Swaize. “I need you love”, declara Dilma a Lula todos os dias até que venha a eleição. Quando me perguntaram por que eu não votava em Dilma respondi: “por que tenho medo de fantasmas”.
Tenho medo dela, ela vai assombrar o planalto, deixar sombrios os corredores do palácio presidencial. Dilma será uma réplica do gasparzinho na presidência, e se ela não fizer um bom governo só chamando os Ghost Busters para tirá-la de lá. Nem impitma vai resolver a parada!
Dilma é também uma mulher religiosa sabia? O seu texto bíblico preferido é: “eu e o pai somos um”. Não esqueça, porém, que o pai (Deus) é o próprio Lula. Há algo de sobrenatural e sacro nessa eleição!
Gosto também de comparar Dilma com um meteoro, alguma coisa que caiu na terra vinda do espaço subitamente. Aliás, as metáforas astronômicas sempre combinam bem com ela, por isso não seria errado chamá-la de astro iluminado (por Lula é claro).
Que tal chamá-la também de Dilma Lua? Por quê? Ora, por que a lua não tem luz própria, é iluminada pelo sol. Eu gosto do Lula, votei duas vezes nele, mas na Dilma eu não tenho coragem de votar. Isto exigiria de mim um suicídio intelectual que eu não estou disposto a cometer.
A invenção de Dilma, que deve ter acontecido numa manhã de sábado, entre um gole e outro, é um dos mais antigos artifícios utilizados pelos políticos poderosos no Brasil. Representa uma espécie de standby, ou seja, um “fica aqui no meu lugar enquanto eu vou ali e volto já. Só não se esqueça de uma coisa: quem manda sou eu”.
A minha mente está em erupção e a peculiaridade da candidatura de Dilma evoca nela um sem número de metáforas pouco amigáveis. Acabei de pensar nela como um boneco do carnaval de Olinda cujo carregador incansável é Lula. O boneco é pesado e tem um sorriso artificial, mas o carregador não se cansa e vai subindo e descendo as ladeiras.
Dilma pode ainda ser comparada ao Fausto de Goethe que vendeu a alma ao diabo para obter certos benefícios. Entretanto, o resultado desse negócio sobrenatural não será a sua ida ao inferno, e sim ao planalto.
Em suma, Dilma é a coroa da criação de Lula, a melhor criação do operário que virou presidente da república e transformou-se em mito. Nada pode derrubar o Lula. Quanto a Dilma, é melhor não “pecar”, caso contrário, com a mesma facilidade que entrou no céu, poderá ser lançada fora do paraíso.

André Pessoa

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