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sábado, 28 de agosto de 2010

EYMAEL



EYMAEL


Eis aí um nome estranho e exótico que se parece mais com uma expressão usada no cotidiano que se transformou em nome próprio do que o nome de uma pessoa, muito menos de um candidato a presidente da república. “Ei Mael, sai daí menino”. Pronto, surgia um presidenciável.
Dos cinco principais candidatos à presidência da república Eymael é o que mais se parece com um boneco de desenho animado, especialmente com aqueles tipos muito comuns em filme infantil que tem uma voz bem entonada, o queixo longo e um ar demagógico de salvador da pátria.
Você já notou que o Eymael, sobretudo quando está falando, lembra o Capitão Guapo, personagem da corrida espacial que era herói e vilão ao mesmo tempo e que tinha como inseparável companheiro o gato branquinho e que se transformava no Falsão enquanto branquinho virava Trambique? Um típico caso de dupla personalidade.
Pra falar a verdade eu acho o Eymael muito engraçado apesar do ar de gravidade que ele impõe nas suas falas televisivas. Ele é cômico por que, assim como o Dom Quixote de Cervantes, é um louco apaixonado e sonhador que diz ser o que de fato não é exatamente por que não existe aquilo que ele diz exitir.
Na verdade, Eymael não defende a existência de apenas uma ilusão, mas de duas: democracia e cristianismo. “sou um democrata cristão”, diz este engraçado senhor com ar de importância enquanto profere um discurso bem articulado. Ou seja, ele diz ser partidário de duas coisas que não existem, democracia e cristianismo.
Democracia no Brasil não passa de uma bela palavra de efeito retórico que serve para embelezar os discursos inflamados e vazios dos políticos pouco convictos do Planalto Central. A efetiva igualdade jurídica, social e econômica que caracterizaria um regime verdadeiramente democrático nada tem a ver com o Brasil.
Quanto ao cristianismo brasileiro limita-se pobremente aos resquícios de Trento que permanecem vivos no catolicismo (que é mais tradição cultural do que religião) e ao sensacionalismo das igrejas pentecostais ditas evangélicas. O cristianismo, tal e qual o Cristo ensaguentado na cruz do calvário, está prestes a morrer. E não vai ressuscitar como fez o nazareno!
Talvez mais por causa do “cristão” e não tanto pelo “democrata”, o Eymael tenha essa cara de pastor evangélico mal intencionado e corrompido pela promessa de prosperidade de uma vida política fácil. Ele é denunciado por uma mistura de moralismo e astúcia que se deixam entrever no seu jeito, semblante e palavreado cheio de artifícios de oratória grega. É meio sofista (no sentido mais socrático do termo)!
Outra coisa que eu temo no Eymael é o vinco do seu palitó e a gravata combinando impecavelmente com a camisa. Nunca acredite nesse tipo (há, há, há....). Quem cuida bem demais de si mesmo dificilmente cuida bem também dos outros. Ele seria apenas um manequim em Brasília, um politicwear envernizado com uma camada de hipocrisia que só o cristianismo fornece aos seus melhores servidores!
Em síntese, Eymael é uma piada de terno e gravata. Entretanto, uma piada sobre um assunto sério: moralidade. Este candidato representa uma anedota daquelas que você só ri cinco segundos depois dela lhe ter sido contada por alguém por que na hora você não entende. “Ei Mael, para com isso menino, política é coisa séria".


EYMAEL EM UMA PALAVRA = DEMAGOGIA


André Pessoa

Um comentário:

  1. Sinceramente,
    Concordo, e acho ESSE modelo de cristianismo totalmente errado! Mas nao generalize, pois creio que nao visitou a TODAS as instituiçoes "ditas evangélicas" como voce próprio falou. Deveria conhecer um pouco mais de algumas igrejas, porque existem exceçoes!

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