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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A COISA SEM NOME



A COISA SEM NOME


Eram duas horas da madrugada quando a porta do quarto bateu movida por uma rajada de vento que entrou pela janela que deixei aberta. Acordei.
Tentei voltar a dormir, mas uma sensação incômoda me impediu de fazê-lo. Um cão começou a latir ao longe, o colchão tornou-se desconfortável, o travesseiro também.
Levantei, acendi a lâmpada do quarto e caminhei pelo corredor até a cozinha. O ruído que o silêncio fazia era ensurdecedor.
Fui ao sanitário ainda meio sonolento, acionei a descarga e o silêncio se foi por um momento voltando em seguida pior do que antes.
Vasculhei os cômodos do apartamento, olhei a rua através da janela da sala e voltei a deitar-me.
Depois de rolar na cama de um lado para o outro durante uma hora resolvi ler um pouco o livro da capa negra.
Só então percebi que esteve comigo a coisa sem nome que anda vagando pela noite!

André Pessoa

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